
O prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (União Brasil), que também é presidente da Associação Amazonense dos Municípios (AAM), usa a instituição para homenagear e idolatrar o deputado federal, Silas Câmara (Republicanos), cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) na última quarta feira (31), por supostos gastos ilícitos de recursos na campanha eleitoral de 2022.

A decisão de elogiar o deputado cassado, e ao mesmo tempo dizer que a decisão da Corte Eleitoral do Amazonas foi “injustiça”, sem o consentimento dos prefeitos filiados à AAM-AM é pessoal e denota-se como uma ‘contestação’ à decisão do Tribunal Eleitoral do Estado.
O deputado do Republicanos foi acusado pelo MPE de fretamento irregular de avião na campanha de 2022. A decisão atinge outro deputado federal, Adail Filho, também do Republicanos. O julgamento do processo, originado a partir de uma Representação Especial, teve o voto favorável à cassação do relator Pedro de Araújo Ribeiro, sendo acompanhado pela vice-presidente do TRE-AM, desembargadora Carla Reis, e pelos desembargadores Marcelo Soares e juiz Fabrício Marques. Os juízes Marcelo Vieira e Victor Liuzzi foram contrários à cassação.
Solidário ao mal feito
Com a nota de solidariedade, Anderson Sousa estaria apoiando, indistintamente, quem for acusado de ‘usar, indevidamente, verbas públicas para beneficiar a sua própria campanha eleitoral’, o que é considerado crime pela Legislação Eleitoral vigente no País.
A atitude do prefeito de Rio Preto da Eva coloca em xeque a imparcialidade e a representatividade da AAM-AM.
A Associação Amazonense de Municípios do Amazonas tem atualmente 54 prefeituras municipais filiadas. Nem todos os prefeitos são afetos ou partidários do deputado Silas Câmara. Daí a rejeição de prefeitos na decisão unilateral de ‘elogiar’ seja qual for o parlamentar envolvido em ilícitos ou não.
Nota
Em nota, a assessoria jurídica do deputado Silas Câmara informou que ele vai recorrer da decisão. “A confiança na reversão do julgamento é total, e o deputado continuará no exercício pleno de suas responsabilidades enquanto aguarda a apreciação do caso em definitivo”, conclui a nota.