Projeto leva títulos de autores amazonenses para deficientes visuais

Foto: Divulgação

O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, lança o Projeto “Manaus lança sua história”, com 16 novos títulos falados, de autores amazonenses, que contam a história de Manaus de forma romanceada e não bibliográfica para pessoas com deficiência visual.


O projeto tem a execução e coordenação da Biblioteca Braile do Amazonas e cada livro gravado está disponível para empréstimo em CD, que segue com capa etiquetada contendo informações em Braile e em tinta sobre o título da obra, autor, ledor, quantidade de cds, volume e quem o produziu.

No acervo de livro falados consta, entre outras as obras, o livro Dois Irmãos, de Milton Hatoum, um romance que narra uma relação de ódio entre dois irmãos gêmeos em uma família libanesa que vive em Manaus. Livros técnicos, romances, história de Manaus e contos infantis regionais também fazem parte dos livros falados lançados, como Fundação de Manaus e Pródomos e sequências, de Agnello Bittencourt; A turma do curumim, meu amigo livro, de Mário Adolfo; A E I Ópera, de Mário Andrade; A produção camerística para a clarineta na década de 40 de Claudio Santoro, escrito por Abner Viana; O homem amazonense e o espaço, de Agnello Bittencourt; Mad Maria, de Márcio Souza; Boi Campineiro, de Jonas Santos; Fé e Fogo de Marco Adolfs; Vinte contos amazônicos, de Arthur Engracio; Látex, de Marco Adolfs, Rui Barbosa e o Amazonas, de Robério Braga; e A Selva, de Ferreira de Castro.

Foto: Secretaria de Cultura do Amazonas

“Por este projeto, o ouvinte viaja pela visão do escritor, podendo conhecer Manaus de uma outra forma. Nas obras, os autores relatam todos os aspectos históricos e ficcionais, dando uma nova visão sobre a nossa cidade, tanto na crônica quanto na poesia, no romance, na parte histórica e na música. Além de apresentar ao público uma Manaus sob seus diferentes aspectos, o leitor também terá acesso a grandes escritores”, conta Gilson Mauro, gerente da Biblioteca.

A Biblioteca Braile funciona de segunda a sexta, das 8h às 17 horas e fica localizada no bloco C do Centro de Convenções Gilberto Mestrinho – Sambódromo, na avenida Pedro Teixeira, Nº 2565, bairro Dom Pedro, em Manaus.

Ledores em ação

Um trabalho de solidariedade e propagação da cultura, a audiodescrição é realizada no próprio estúdio da Biblioteca, por ledores voluntários que gravam os livros com o auxílio e supervisão do gerente, Gilson Mauro, que é deficiente visual e trabalha no local há 17 anos.

A Biblioteca Braille necessita de voluntários para realizar novos projetos, pois hoje conta com cinco ledores fixos, como Sandra Lima Amazonas, que gravou 11 dos 16 livros do projeto “Manaus lança sua história”.

Sandra, que já emprestou sua voz para mais de 40 livros, como ledora voluntária na Biblioteca Braile, revela a experiência prazerosa de ser ledora. “Me coloco como se eu fosse cega. Iria adorar se alguém lesse para mim. Nada melhor do que emprestar a sua voz e ser útil a pessoa com qualquer tipo de deficiência, principalmente a visual”.

Para ser um ledor voluntário, basta se dirigir à Biblioteca Braile em horário de funcionamento, fazer um teste e, caso seja aprovado, agendar um horário para realizar as gravações.

E para executar a função, Gilson Mauro recomenda: “A pessoa que tem interesse em ser ledora, tem que querer emprestar a voz para os livros falados e entender a missão de que é um trabalho necessário para dar acesso à cultura para os deficientes visuais. É um trabalho voluntário, que requer responsabilidade e compromisso”.

Foto: Divulgação

Biblioteca Braile do Estado do Amazonas
A Biblioteca Braile do Estado do Amazonas é um espaço destinado a pessoas com deficiência visual e para quem deseja fazer pesquisas e conhecer o ambiente.

Criada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, a Biblioteca oferece cursos gratuitos como informática, braile, violão e até mesmo teclado. Composta por uma equipe capacitada, o lançamento de conteúdos tem aumentado de acordo com a demanda e o conhecimento que o público adquire sobre o espaço.

Seu acervo contém cerca de 1007 livros em braille; 104 filmes com audiodescrição; 48495 livros digitalizados; cinco canetas Pentop para auxiliar a leitura de livros em tinta; 4083 livros falados de diversas áreas e assuntos, distribuídos em apostilas, áreas científicas (medicina, administração, direito), literatura (brasileira, americana, infanto-juvenil), dentre outros.

Com uma sala de música, uma imprensa braile, onde são produzidos livros em braile, uma sala pedagógica, onde ocorrem o cursos e dois estúdios (um para gravação e outro para edição), a Biblioteca Braille produz os seus próprios produtos (livros em braile, livros falados e audiodescrição).

Pessoas com deficiência visual que possuem interesse em fazer aulas de violão e teclado ou usufruir de outros cursos (Informática e Braile) que a Biblioteca oferece, ou queiram fazer empréstimos de livros falados, podem entrar em contato pelo número 3622-0869 ou pelo e-mail [email protected]

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