
Com a maior força política, o PT não deverá abrir mão de liderar a frente da disputa da presidência da república, não terá ‘Plano B’ será o plano ‘L de Lula’. O partido tem sido coerente com sua estratégia. Vai levar Lula ao limite numa tática eleitoral, mantendo o lulismo aglutinado até o último minuto.
Na compreensão do PT, indicar um eventual substituto nesse momento, quando Lula é líder nas pesquisas seria um erro. Estão convictos que um plano ‘B’ agora poderia levar à dispersão dos votos dos lulistas e perder forças.
O risco desta tática é a possibilidade de isolamento. Não será fácil outro partido assinar um cheque em branco para Lula, mesmo sendo a maior liderança política brasileira. Se o ex-presidente tivesse sua candidatura confirmada, provavelmente todos os partidos de esquerda estariam unidos em torno dele.
Lula e PT lutam para evitar o isolamento e estão conversando insistentemente com o PCdoB, PSB e PROS para fechar aliança nacional. O PCdoB poderá abrir mão da candidatura à presidência da gaúcha Manuela D’ávila para ser vice na chapa de Lula e o PSB está negociando apoio do PT aos candidatos ao Governo do Amazonas, Pernambuco, Paraíba, Tocantins e Rondônia. Para poder confirmar a aliança com Lula.

O PT vai registrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 15 de agosto com um grande ato de mobilização nacional. A escolha do vice, pode ocorrer tanto na convenção do partido, marcada para dia 4, como no dia do registro. A possibilidade de outro partido, em caso de aliança, indicar o nome para a vice de Lula é “muito grande”, reforçou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Diálogo com o povo
O PT saiu na frente ao lançar as diretrizes do programa de governo do Lula para a campanha presidencial, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira que os pontos do programa conversam “com o povo”, e não com o mercado financeiro.
“O nosso pressuposto é sempre ter responsabilidade fiscal com responsabilidade social. Nós já governamos o País. Todo mundo sabe como trabalhamos as contas públicas e nós temos que falar com o povo, e não com o mercado”, disse Gleisi.
Na área econômica, o plano propõe intensificar a oferta de “crédito barato” a famílias e empresas, fazer uma reforma tributária que promova justiça fiscal e revogar as medidas do governo Michel Temer, como as mudanças legislativas e as privatizações.
A líder petista afirmou que o programa “é um dos mais avançados” que o PT fez desde 1989. Pela primeira vez em um plano de governo, por exemplo, está a proposta de “redemocratização dos meios de comunicação de massa”, bandeira história dos movimentos sociais.
A reforma no Judiciário, incluindo mandatos para ministros de tribunais superiores e mudanças na composição do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho do Ministério Público.
Propõe ainda a reforma do sistema bancário para aumentar o crédito barato às famílias e empresas, além de um “programa emergencial para superação da crise econômica e do desemprego”.
O programa ainda será detalhado até o próximo dia 26, quando a equipe coordenada pelo ex-prefeito Fernando Haddad deve finalizar a primeira versão do plano de governo com a coordenação de campanha.