O Reino Unido entregou na manhã desta quarta-feira (29) a carta em que notifica a União Europeia sobre o acionamento do artigo 50 do Tratado de Lisboa, iniciando, portanto, o processo de saída do país do bloco, o chamado Brexit. A entrega da carta aconteceu às 13h30 no horário local (8h30, no horário de Brasília).
Afastamento do Reino Unido
O resultado do plebiscito revelou uma profunda divisão no país. O Brexit (palavra criada pela fusão de “Britain” e “exit”, ou saída da Grã-Bretanha) recebeu 51,9% dos votos contra 48,1% pela permanência na UE. O interior da Inglaterra e o País de Gales apoiaram majoritariamente a saída da UE, enquanto Londres, Escócia e Irlanda do Norte optaram pela permanência.
No segundo semestre de 2016, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que considera a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia “irrevogável”, mesmo que lamente o fato.
Agora nós temos que negociar a base de nossos interesses. E ‘negociar’, acima de tudo, significa o fortalecimento dos interesses em comum”, assegurou a chanceler. Merkel ainda disse que o afastamento é um teste para a União Europeia e que a aliança oferece a seus membros “uma voz forte no mundo”, algo que os países individualmente não teriam.
Michael Roth, ministro do governo britânico responsável pelas relações diplomáticas com a UE, assegurou que as relações diplomáticas com o bloco requer o estudo de soluções, mas frisou que o Reino Unido não poderá escolher, minuciosamente, seus termos do acordo.
Em entrevista à Bloomberg , em outubro, Roth disse que o afastamento “é uma situação histórica e única”. “Iremos encontrar um acordo que beneficie a União Europeia e o Reino Unido”, disse o ministro britânico.