
O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão, defendeu que denúncias de corrupção contra petistas importantes como os ex-ministros José Dirceu e Antonio Palocci, que cumprem prisão preventiva em Curitiba, sejam julgadas por um processo interno do PT.
A declaração foi feita em entrevista foi publicada hoje, domingo (25), pelo jornal O Estado de S. Paulo. Essa é a primeira vez que Rui Falcão defende a apuração de atos ilícitos de filiados graduados desde a eclosão da Operação Lava Jato, em março de 2014.
O dirigente máximo petista, que deixa o comando do partido no primeiro semestre de 2017, defendeu ainda a antecipação das eleições presidenciais, afirmando que “é preciso dar um fim neste programa recessivo com a substituição do governo”.

O presidente do PT disse ainda que não se incomoda com a relação que Lula manteve com empreiteiras, como as investigadas pela Operação Lava Jato. “A relação que ele teve com as empreiteiras é pública. Ele ajudou de forma legítima para que estas pudessem ter contratos no exterior gerando empregos e divisas para o Brasil”, afirma.
O dirigente do partido reafirmou também que espera que o ex-presidente Lula assuma a presidência nacional do PT. “Ele está sendo parcialmente convencido”, afirmou.
Sobre os filiados envolvidos em esquemas de corrupção, Falcão afirmou que todos serão julgados pelo partido. “Vamos dar o direito de defesa a todos companheiros que são acusados sem provas, através de delações, de terem comportamento incorreto. Não só a Zé Dirceu e Palocci”, afirmou.
A discussão de tais casos, segundo Rui Falcão, pode acarretar na expulsão de alguns dos filiados do PT.
Repercussão da entrevista do presidente do PT
A entrevista com o dirigente petista repercutiu neste domingo, alcançando o Trending Topics (TTs) do Twitter. O termo ‘Rui Falcão’ ficou entre os mais tuitados no Brasil durante a manhã e parte da tarde deste domingo.
No Twitter, os internautas se revoltaram contra o trecho da entrevista em que Rui Falcão diz que os membros do PT devem ser julgados pelo próprio partido. Para eles, tal afirmação seria uma afronta ao sistema judiciário brasileiro.(iG)