Seguindo a proposta de abrir espaço ao diálogo e à participação dos artistas em suas ações e políticas públicas, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, recebeu na manhã desta quarta-feira (5) dirigentes da Federação de Teatro do Amazonas (Fetam) para uma reunião que teve como tema o Festival de Teatro da Amazônia. No encontro, os representantes da classe teatral e o secretário de Cultura, Robério Braga, discutiram questões e propostas relativas à realização do festival, que este ano deverá ter sua 13ª edição, fazendo também um retrospecto de edições anteriores do evento.
No encontro, os dirigentes da Fetam assinalaram a intenção de estar à frente da realização do 13º Festival de Teatro da Amazônia, ao lado da Secretaria de Cultura. De acordo com o presidente da entidade, Douglas Rodrigues, a decisão atende ao desejo da classe teatral amazonense, em vista uma série de falhas apontadas em edições recentes do evento, realizadas pela Secretaria em parceria com empresas e produtoras culturais selecionadas por meio de edital público.
Todavia, a proposta esbarra no fato de a Fetam estar hoje impedida de celebrar convênios com o Governo do Estado, em razão de ter um processo de prestação de contas relativo a uma edição passada do Festival pendente no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“A Secretaria de Cultura não tem mais autoridade para resolver essa prestação de contas, pois já saiu de nossas mãos. Enquanto o tribunal não julgar essa questão, não podemos fazer nada”, declarou Robério Braga. O secretário se mostrou disposto a colaborar com a Federação na medida em que permita o prazo para abertura do novo edital do festival, a ser anunciado em breve. “Nosso objetivo é o de continuar com o festival”.
Douglas Rodrigues destacou que, à luz das avaliações negativas de anos recentes, enfatizou o posicionamento da Federação de estar à frente da próxima edição do Festival de Teatro da Amazônia, mas concedeu que o evento transcende a questão devido a sua importância, e se declarou disposto a trabalhar para que aconteça da melhor forma.
“É opinião do movimento teatral que, se não formos protagonistas do Festival, não queremos ter o Festival”, disse ele. “Mas chegamos a um momento em que o Festival não pode deixar de existir. Pelo desejo do movimento, o Festival vai ser feito em outubro, no formato como deve ser feito, com a Secretaria realizando”.
Altos e baixos – Na visão de Douglas Rodrigues, o Festival de Teatro da Amazônia ganhou dimensões maiores a partir da parceria com a Secretaria de Cultura, mas foi marcado por falhas no trato com o artista e por mudanças no formato consolidado do evento. “Com a realização da Secretaria, o Festival alcançou outro patamar e chegou a ter projeção nacional. Mas, nas últimas edições, pessoas do movimento teatral começaram a propor que não fosse mais realizado nessas condições, por conta desses problemas”, disse ele.
Robério Braga, por sua vez, declarou que essas falhas podem vir a ser levadas em conta na seleção pública de fomento às organizações de sociedade civil para a realização da 13ª edição do Festival. “Se tivermos um relato embasado desses problemas, podemos avaliar juridicamente e até inviabilizar a participação das empresas responsáveis”, afirmou.
Douglas, atualmente empenhado na regularização da prestação de contas da Fetam, avaliou a reunião na Secretaria de Cultura como bastante positiva. “A Secretaria responde às demandas do movimento teatral amazonense ao reafirmar o bom diálogo que sempre teve com a Federação para a realização do Festival, um dos mais antigos realizados com apoio do Governo do Estado”, concluiu.
