A reunião do diretório estadual do PT Amazonas convocada pelo deputado Sinésio Campos, para a quinta feira (22/11) e, que tinha o propósito único a impugnação da filiação do ex-vice-governador e Defensor Público do Estado do Amazonas, Carlos Almeida, deu com os ‘burros n’água’. A reunião estava carregada de vícios e irregularidades.
Logo após a decisão controvertida, o defensor público Carlos Almeida classificou a ação da direção estadual do PT-AM como um ato de “desespero”.
Hoje (23), após avaliar a tentativa de impugnação, membros da executiva estadual e municipal da legenda chegaram à conclusão de que a decisão anunciada pelo deputado Sinésio Campos vale menos que uma moeda de três Reais.
Ou seja, a filiação de Carlos Almeida é fato consumado. Foi votada e aprovada pela Executiva Municipal do PT-Manaus, a quem de direito e estatutariamente pertence a decisão.
Irregularidades e vícios
Primeiro, na reunião puxada pelo deputado Sinésio Campos, estava membro da secretaria de Estado da Mineração do Amazonas, Oziel Mineiro, que estatutariamente está impedido de votar. Segundo, porque tinha quatro funcionários do gabinete do deputado que votaram sem estarem devidamente amparados pelo que manda o Estatuto do Partido.
Por outro lado, uma corrente dentro do PT no Amazonas começa a se movimentar no sentido de cobrar explicações sobre a posição extrativista mineral com degradação ambiental defendida pelo deputado petista e a ligação umbilical com o secretário de Mineração, Ronney César Campos Peixoto, que defende a volta das bolsas de extração de ouro no Rio Madeira.
Com a justificativa de que a mineração na Amazônia não é uma questão de polícia, mas capacidade econômica para não depender apenas da Zona Franca de Manaus, Sinésio tem feito inúmeras defesas de propostas para a instalação de garimpos em terras indígenas e de empresas de mineração petróleo e gás nas cabeceiras das Calhas dos Rios.
Cargos
Estes cargos, hipoteticamente, nada teriam com o veto à filiação de Carlos Almeida. Errado: Sinésio é acusado de usar as secretarias e os cargos para capitanear votos a seu favor na executiva do PT Estadual e mostrar serviço ao pessoal do degrau de cima. No alto escalão do Estado.
Diretório Municipal
Ao consultar o presidente do Diretório Municipal, Valdemir Santana, ele disse que a decisão de filiação de Carlos Almeida é fato consumado, já foi votado no primeiro trimestre do ano e que o PT Municipal, no uso das suas atribuições estatutárias também decidiu que o partido terá candidatura majoritária para a prefeitura de Manaus em 2024. “O resto é firula da executiva estadual”, apontou.
Por outro lado, Valdemir diz que as decisões sobre candidatura majoritária tem que passar pelas direções dos partidos da Federação (PT, PV, PCdoB).
“Temos muito que discutir os problemas da cidade de Manaus, do Amazonas e o que o partido, a Federação pode fazer para a população do Estado. Ficar fazendo carnaval com impugnação de um filiado ao partido, é brincadeira de mau gosto”, finalizou.
Recurso de filiado, para gerar a reunião de impugnação de filiação:
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