Durante a guerra (1940-1945), a Província Espiritana da Holanda havia formado mais de cem padre missionários, por isso, Pe. Kniebeler manteve contato com o Superior Geral, Mons. Le Hunsec, por carta de 5 de dezembro de 1945, tratando da vinda de espiritanos holandeses.
Em 1946, com a renúncia de Mons.Barrat, por motivo de doença, a Prefeitura Apostólica foi entregue aos padres espiritanos da Província Holandesa.
No dia 12 de julho de 1946, sai o Decreto da Congregação da Propagação da Fé, em Roma, nomeando Pe. Joaquim de Lange, Missionário da província Holandesa em Angola, para ser o novo Prefeito Apostólico de Tefé.
Naquele mesmo mês, foram nomeados dez jovens padres missionários holandeses para a Prefeitura Apostólica de Tefé: Godofredo van der Looy, Roberto van Meegeren, Pedro van Doorn, Ludovico Soontiens, João Maria Kooyamans, Panccrácio Pauw, Humberto Tinnemans, Martinho van der Vem, Henrique Dentener e Francisco van der Kemenade.
Enquanto os novos padres chegavam a Tefé, acolhidos por Mons. Barrat, todos os fiéis esperavam ansiosamente Pe. Joaquim de Lange.
Em dezembro do mesmo ano ele chegou na Holanda, procedente de Roma, e preparou sua viagem para Tefé, chegando somente no dia 2 de abril de 1947, acompanhado por 4 irmãos holandeses: Canísio Fransoo, Quintino Tijburg, Fulgêncio Bouwman e Savino van Grootel. Compreende-se este atraso, porque Mons. Joaquim de Lange tinha sido nomeado membro do Conselho Distrital de Nova Lisboa a 9 de abril de 1946. Este conseguiu voo de Angola para Europa, só em fins de outubro do mesmo ano.
Monsenhor Joaquim de Lange foi recebido por Mons. Barrat, autoridades, os padres recém-chegados e o povo em geral, que o aplaudiram na posse do Prefeito Apostólico, realizada no mesmo dia.
Quando Dom Joaquim, em 1947, chegou em Tefé, as tarefas que o esperavam eram inúmeras. À nova Prefeitura Apostólica faltava ainda as infraestruturas necessárias ao bom funcionamento, visando à situação concreta do povo.
Várias Paróquias foram criadas: Carauari (1947), Alvarães (1948), Missão e Jutaí (1950), Itamarati (1958), Uarini (1969), Caitaú (1971) e Maraã (1981).
Antes só existiam as paróquias de Tefé (1749), criada pela política do Marquês de Pombal, e Fonte-Boa (1892). É curioso observar que a Missão, o berço da Congregação, só se tornou Paróquia muito mais tarde. Carauari também já existia desde 1912, uma quase-paróquia ou Curato.
Em 11 de maio de 1950, o Papa Pio XII elevou a Prefeitura Apostólica de Tefé à Prelazia “Nullius”, a pedido de Pe. Joaquim de Lange e, dois anos mais tarde, no dia 26 de abril de 1952, o Osservatore Romano anuncia que o Papa Pio XII nomeara Monsenhor Joaquim de Lange, Bispo Titular de Fotice e Prelado “Nullius” de Tefé. Sua sagração foi no dia 6 de julho de 1952, domingo de encerramento do 2º Congresso Eucarístico de Manaus. Seu lema “ITER PARA TUTUM”, foi tirado do hino “Ave Maria Stella”, que significa “DAI-NOS VIAGEM SEGURA”.
Com mais pessoal, todos jovens, com um bom número de religiosas, Dom Joaquim pôde dinamizar a pastoral, criar novas paróquias, impulsionar a educação, a saúde, os serviços de assistência social, construir e instalar o Hospital São Miguel e a Rádio Educação Rural de Tefé.
A vida Mariana encontrou em Dom Joaquim um animador excelso, apoiando as associações religiosas, tais como: Apostolado da Oração (30-06-1916), Pia União das Filhas de Maria (04-10-1926), e a Cruzada Eucarística, Mensageiras de Cristo e Legião de Maria, já criadas por ele. Fui membro ativo da Legião de Maria e da Cruzada Eucarística
No próximo dia 15 de dezembro, os tefeenses celebrarão com alegria os 50 anos da Rádio Educação Rural de Tefé, quando nós também, faremos a justa homenagem nesse espaço. Aguarde.
(Raimunda Gil Schaeken – é professora aposentada, escritora, poeta e historiadora, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM, e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas(ALCEAR).
