Torcedores do Vasco tentam invadir treino e acusam segurança de usar arma de fogo

Policial pede calma aos torcedores/Foto: Edgard Correa

Depois do protesto da tarde, o início da noite de hoje, sexta-feira, foi de confusão, em São Januário. Alguns dos torcedores do Vasco que foram se manifestar em frente à sede do clube, mais cedo, tentaram invadir o estádio pelo portão 18, durante o treino do time no local. Eles viram o acesso aberto e se arriscaram a entrar, mas foram barrados por seguranças e alegaram que um dos funcionários disparou uma arma de fogo para dispersar a multidão e fechar a entrada.
– Os caras deram uma brecha, a gente tentou invadir e deram um tiro. Ele levantou um pouco só o braço, não foi para o alto, não. Ele levantou um pouco e atirou. Podia ter acertado um torcedor. Isso é um clube de futebol, não é uma milícia – criticou um torcedor, que não quis se identificar.


– A sorte é porque ele não sabe dar tiro, porque se soubesse acertava um – disse outro vascaíno, que não acredita que o segurança tenha errado a mira de propósito.

Revoltados, eles pressionaram o portão com golpes, e policiais precisaram intervir. Mas não foi o suficiente. Chamando o presidente Eurico Miranda de ditador, os vascaínos retornaram à portaria social e começaram a se pendurar e balançar a grade que cerca a entrada. Para dispersar os torcedores, de dentro do clube foi lançado gás de pimenta, e o policiamento foi reforçado. Ninguém ficou ferido, mas, depois das manifestações pacíficas do início da tarde, o grupo avisou: “acabou o amor”.

– A gente não é vagabundo, a gente deixa o trabalho para poder vir aqui cobrar o trabalho sério deste filho da p…, aí chega aqui e é recebido à bala de borracha. Pior que a gente estava passivo, tranquilão, sem tumulto, e no final os caras dão tiro? Isso não pode acontecer, não. É nosso direito, somos torcedor. A gente paga em dia, viaja, abandona a família para viajar para jogo, para esses filhos da p… fazerem isso? Agora acabou o amor, pode avisar. O respeito é isso aí, dar tiro? O Vasco virou milícia agora? – contestou outro cruz-maltino sem se identificar.

No protesto que começou por volta das 13h, cerca de 30 torcedores escolheram Eurico como principal alvo. Os gritos eram de: “Eurico bravateiro, para ter respeito tem que planejar primeiro”, “Fora Eurico, fora do Brasil! Vai lá pra Sibéria, vai pra p… que p…!”, “Vou torcer pro Eurico ir pra prisão! Roubou o Vasco, muito ladrão!” e “Arerê, se cair a porrada vai comer!”. Eles questionaram ainda a quantidade de jogos que o time tem feito no Maracanã, dizendo que a casa do Vasco é São Januário, e que a diretoria deveria distribuir ingressos para o jogo deste sábado, contra o Atlético-MG, devido a má fase do time. Martín Silva, Jordi e Guiñazu escaparam da ira e tiveram seus nomes cantados. A manifestação foi interrompida com a chegada da principal organizada do clube, que exigiu que os cruz-maltinos esperassem a chegada de mais torcedores.

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