
Essa semana o advogado Silvio Costa ficou surpreso quando voltou das compras e viu seu carro estacionado em uma vaga para cadeirantes no estacionamento Vip do Amazonas Shopping. Uma cena corriqueira naquele estabelecimento e passaria em branco se o carro não fosse de um perfeccionista da Lei e dos direitos constituídos.
O acontecimento no shopping, no entanto, só ilustra a falta de bom senso e a ausência do respeito às leis do trânsito na capital amazonense. É comum ver motoristas estacionarem em qualquer lugar. Não só nas vagas para idosos, cadeirantes, mas, também, em cima das calçadas, em fila dupla, atravessados no meio da rua.

O motorista manauara é mal educado, desinformado e com fortes sintomas de ignorância? Ou, foi projetado para agir como se não precisasse obedecer a lei? Pode até ser que sejam as duas coisas. O certo é que o trânsito manauara mais parece uma fábrica de fazer doidos.
Dirigir em Manaus é um teste para cardíaco. Dirige-se como se estivessem andando de canoa. Fazem conversões (dobram) para a direita e esquerda como se estivessem andando no meio do Rio Negro, sem rumo e sem direção.
Falta pista?
Sobra pista. E não é a Faixa Azul a causadora dos rotineiros engarrafamentos. A maioria dos congestionamentos é causado por motoristas que não sabem dirigir, que andam devagar na pista da esquerda, que não facilitam as ultrapassagens para quem quer andar mais rápido.

Falta educação
Mas, não são só os motoristas os responsáveis pelo caótico trânsito em Manaus. Falta programas educacionais. Falta o poder municipal e Estadual gastar com campanhas de educação no trânsito e não só com viaturas e uniformes para agentes (marronzinhos) multarem no Centro da cidade, no aeroporto e nos estacionamentos dos supermercados.
É comum ver carros ‘top de linha’ nas mãos dos guardas do Manaustrans. Uma Toro da Fiat custa mais de 120 mil reais. Nem a segurança pública do estado (PM e Civil) tem carros chiques como o Manaustrans. Enquanto isso nenhum programa educacional é feito para orientar os desnorteados e mal educados motoristas da capital amazonense.
Andar nas ruas da cidade é preciso coragem, disposição é Fé. A cidade é cheia de gargalos fáceis de resolver. Pistas afuniladas simplesmente porque o cidadão resolve construir em cima das calçadas e pistas e, fica por isso mesmo. Avenidas com três pistas, uma é reservada para os negócios particulares e estacionamento da clientela.
Cones nas ruas
Também é comum ver cones demarcadores do trânsito em frente a qualquer botequim e lojinha sem que os guardas do Manaustrans se preocupem com isso. Porque? O valor da multa não compensa?
Em quase todos os bairros existem ruas que se estreitam por causa das construções de casas e muros e o poder público municipal, quando faz o recapeamento das pistas, só ‘arrodeia’ o imóvel do proprietário invasor.
Mas tente andar com documentação regular, em dias, para ver o tamanho da dificuldade. Tirar uma guia, um documento para regularizar um imóvel ou liberar áreas de estacionamento e outros afins, é um transtorno. Dificultam tudo que podem. A pessoa só falta ficar doida. Mandam voltar umas trezentas vezes. Até parecem que gostam do estado da ilegalidade.
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