Uma Cronoanálise das Sérpias de Ravi – Por Max Diniz Cruzeiro

Neuro cirurgião Max Diniz Cruzeiro (DF)

Banido: Cronus foi muito cruel em cunhar a noite em Sollaris, não havia glória para Merinda numa escuridão que não permitia se encontrar com as Sérpias de Ravi. Assim, Merinda à noite cavalgava antes do sol nascer para encontrar o lugar onde Cronus criara o dia por intermédio de Ravi, para que seu amor fosse enfim capturado em seus braços.


E a questão era saber o que levava Cronus a Subtrair uma “essência” de terceiros? Partia de inicial expectativa, como uma vantagem embrionária, que uma vez instalada e satisfeita gerava continuidade de propósito, que pode ser lançada através da necessidade de repetir a sensação de prazer (ativando o gozo pela lembrança) que ter posse do ativo, condicionava a impressão de um regozijo, ou uma escalar de conflitos onde se estabiliza um raciocínio em torno da esfera de subtração.

Assim, Cronus Senhor do tempo sabia manipular transformações de estados na reprodução de fenômenos, onde as histórias de vida eram lançadas com um custo muito alto no planeta Paraíso. E as conquistas subtraídas quando o Sol se justaposta por detrás das Míticas Colunas Celtas que omitia a luz até um novo alvorecer em sentido antagônico aos paredões de pedra, como se Ravi, figura de um Deus mitológico: vivo; tinha que gestar as impressões da sombra: do oculto; e as impressões da luz: da luminescência.

Um tudo no palácio de Ravi reluzia de um espectro áureo tornando o vitral por detrás de seu trono um lugar mítico onde suas Sérpias fragmentavam a luz em direção aos súditos. Era um reinado abençoado durante o dia, mas com a maldição de Cronus quando a luz ira jacente, o perigo serpenteava se infiltrando em cada olhar, em cada face um sentido de incertezas de que era necessário o pronto recolhimento para uma vida até o amanhecer: segura.

Trazer a realidade da subtração como uma estrutura de cronoanálise durante o dia era um crime imperdoável aos preceitos morais e dos bons costumes no Reino de Ravi. No palácio de Antiquitera era comum súditos trazerem essências para agradar as Sérpias do Rei Ravi uma vez que suas belezas eram consideradas uma das Oitavas Maravilhas do Primeiro Mundo encrustadas na personificação de um Homem-Anjo.

Inverter a lógica da penumbra pelo dia não era suficiente, porque a ansiedade estava incrustada dentro de cada batimento cardíaco. A Malebeneficiência primeiro se instalava sob a lógica da subtração, e o benefício que é a coleta da estrutura do prazer apenas fazia sentido quando as pessoas se percebiam diante da luz quando já era dia.

Falar sobre a angústia, ou a gratidão pelo reinado como um conceito no cérebro humano aflorava um tipo de compreensão que um mesmo fenômeno pode ser percebido sob várias dimensões específicas. A dimensão que estava se referindo a lei da Malebeneficiência tinha um conteúdo focado sobre o regramento que leva um indivíduo a desencadear ações sobre os níveis de expressão de um sistema de comportamento (prazer é elemento interno, formado na psique). Onde a Maleficiência era convocada com a falta de luz que migrava a visibilidade das Sérpias de Ravi para a plena escuridão; e, a beneficência vista como um estado de regozijo quando, Ravi, posicionado sobre o trono reluminescia da sala imperial com os fleches de luz reproduzidos pelo espelhamento do vitral sobre suas Sérpias, que simulavam o ouro e a florescência do Âmbar.

Neuro cirurgião Max Diniz Cruzeiro (DF)

Ungido por todos, Ravi percebeu que a Beneficiência para todo tipo de prazer, corrompia a Doutrina Angélica, onde o prazer está atrelado a percepção da estrutura psíquica de cada indivíduo que pode ser diferenciada de uma pessoa para outra, em vez disto Ravi sabia o conceito Doutrinário de sua época calcado numa construção subjetiva coletiva onde o pensamento conjugado era capaz de expressar em uma só conjunção de fatores benevolentes.

Luz, óh! Luz! Se inverter funciona, segundo uma lógica onde pessoas que têm uma estrutura cerebral em funcionamento de PERVERSÃO se perceberem que a ordem de seu objetivo principal está alterada, ou seja, não correspondente à ordenação necessária para a realização de ato, a relação da estrutura de prazer se altera, no qual prazer fica associado com um aspecto espelhado sobre o ambiente de forma negativa. A pessoa para corrigir sua necessidade de “SUBTRAÇÃO” deste ponto de vista da penumbra, deverá primeiro orientar sua psique para corresponder à necessidade de construção de sua ação, por exemplo, uma pessoa pública deve estar orientada a ação que está instituída como princípios norteadores de sua essencialidade, se a pessoa no ato de uma abordagem está direcionando-se a afetação transversa então o sentido do prazer negativo irá ampliar o consumo pela SUBTRAÇÃO.

E é esse problema mesmo que o Reino de Ravi estava a enfrentar, onde a confiança era perdida no se pôr de cada colina de luz, ao final do dia. Merinda pertencia ao Reino do Condor. E estando distante 1.253 campos de trigo um do outro era impossível estando cada um eu seu castelo um encontro na mesma fração de Cronus. A lei era dura para quem se ausentasse de suas funcionalidades e desígnios, e seria uma irresponsabilidade tamanha que Ravi ou Merinda deslocassem com frequência, um ao encontro do outro para que a corte pudesse ser feita como um laço matrimonial e sentimental.

Além deste fato, os meios de transportes eram por demais lentos. Nada transplantava a velocidade de uma carruagem regrada com cinco pares de cavalos selados. E estando Ravi diante do trono resplandecente, Merinda se encontrava em seus aposentos pronta para enfrentar a escuridão fria. E quando as Sérpias de Merinda eram reluzentes em seu trono no Reino do Condor, Ravi se ausentava de suas obrigações em sua cela real.

Gentios se questionavam como resolver o problema da solidão de pessoas tão queridas, e ao mesmo tempo ministravam um amor incondicional a partir de lugares tão remotos e distantes. Não queriam os populares que seus representantes incorporassem o desprazer no momento em que a moral desejava entrelaçar os votos com a claridade, e nem tão pouco transformar o instante do repouso ao flagelo da distância e o sentimento de subtração.

Lugar nenhum encontrava uma engenhoca que pudesse resolver a maldição de Cronus. Os Reinos publicaram editais para que uma solução fosse encontrada à tempo antes que o efeito da sazonalidade de Cronus colocasse por fim a necessidade de unir os reinados. A solução encontrada por um nobre cientista do Reino de Efiges foi construir um sistema de dutos que migrassem a imagem de Merinda e de Ravi para ambos castelos num moderno sistema de comunicação.

Espelhos foram colocados por extensas pastagens e um poderoso sistema de comunicação fora montado num prazo de dois anos de transações em Sollaris. Para resolver o problema da sonoridade engenheiros construíram tubulações cônicas que represavam e amplificavam as frequências sonoras possibilitando que da Sala Imperial pudessem os dois Reis conversarem sem a intercepção física no momento oportuno.

Informações estratégicas puderam ser migradas com relativa facilidade sem a necessidade de empregar queima de combustíveis fósseis ou algum tipo de sistema elétrico que dependessem de baterias de soluções colocadas em potes de barro.

Sílica para fazer os vitrais foram retirados das áreas praieiras e litorâneas no qual foi possível fazer o devido tratamento para formar o composto que serviria de material para a reflexão de imagens.

Jovens: Ravi e Merinda conseguiram aproveitar as descobertas científicas para montar através do sistema de dutos um sofisticado sistema de propulsão de objetos à vácuo, no qual era possível além de deslocar a imagem e som por propagação, também migrar pequenos objetos como uma garrafa de vinho em poucas frações de minuto.
Usos contínuos das novas inovações foram fundamentais para o desenvolvimento tanto do Reino de Antiquitera e do Reino do Condor. Quando um Reinado estava sob risco de calamidade pública ou indícios de invasão, logo a pronta navegação da informação permitia canalizar reforços no Reino vizinho, o que resultou em grande praticidade para os avisos da Coroa.

Seus avanços tecnológicos foram tão benéficos que logo se encontrou no meio de propulsão à vácuo uma forma de deslocamento de engenhocas a partir de navegação aérea, o que tornou possível concretizar o sonho de Ravi e Merinda de encontrar seus corpos numa mesma luz do dia.

Todos se sentiam agraciados com tamanha revolução tecnológica, e o momento tão esperado do casamento estelar aconteceu como uma grande celebração por todo o reino. Enfim Cronus seria parcialmente vencido, uma vez que os efeitos da maldição que pairava sobre as variações do tempo não haveria tempo suficiente para que todos os efeitos fossem quebrados. Mas érea uma esperança que já tinha um indício de se tornar realidade um dia.

Olhos nos olhos, Ravi e Merinda selaram seu pacto de amor no silêncio dos Deuses, onde apenas o encontro da alma dos amantes se encontram. Um segredo que não pode ser alcançado por nenhum tipo de ser vivente, onde repousa o sacramento dos Deuses, que apenas é possível estar contido quem vive dentro desta zona de afetação psíquica. Indiferente ao olhar da “cúria” de uma cúria que não é doutrinária ou dogmática, mas uma cúria que é dotada de abstração laica.

Benigno é o desejo onde os amantes repousam suas canções estelares, mesmo quando a melodia entoada é um adeus carnal em que se sela os olhos para que Cronus habite enquanto se faz noite, para quando se fizer dia, Cronus fique à parte da imaginação dos seres que se amam.

Jamais a cronoanálise será capaz de separar definitivamente os seres que se amam. Pode deixar transparecer um manifestar da ação que temporariamente segmenta, mas não tem força suficiente para conter os efeitos dos raios solares sobre os organismos.

Ejacula-se o vigor do amor quando o reino finalmente se funde, num fundir em que a carne desperta para a intenção de elição da pele, como um reflexo associativo em que os músculos se estiram e o vigor frenético das partes exógenas encontram o repouso do sistema parassimpático quando o coração dos amantes se assentam um por sobre o outro.

Constrói-se por um breve instante uma subjetividade onde o pertencimento se faz presente como uma aquarela aonde a imagem formada faz um sentido único para múltiplas percepções onde se integra apenas uma única identidade.

Tamanho talento de querer bem se torna concreto, o amor surge a partir deste conhecimento que se incorpora do outro sem se confundir com a individualização de cada consciência, e a integração dos objetivos integra um tipo de reinado onde se edifica uma cultura de sobrevivência.

Sérpias brilharam no dia do grande casamento, tanto de Ravi como Merinda, a cerimônia ocorreu no Reino da Antiquitera com transmissão simultânea através do sistema de comunicações para o Reino do Condor. Pombos Antaluzes foram lançados em sinal de fraternidade e harmonia. Convidados do Reino Saturnis vieram para a grande celebração.

A vida estava intensa, todos muito felizes, o amor parecia ter feito as pazes com Cronus. Não tinha sinais e nem rumores de guerra. Era primavera e até os pântanos estavam floridos. Os Paratudos estavam muito intensos, as Orelhas de Onça tinham um tom que coloria a imaginação dos amantes.

Felizes, num céu azulado em que uma leve brisa despontava do oeste, e as damas de chapéus ornamentavam seus trajes com ramalhete de tulipas e jogavam em Merinda à medida que a carruagem nupcial passava pela cidade imperial.

E cada trecho e cada rua, cada ponte ou elevado músicos cantarolavam canções em homenagem a realeza. A comitiva que vinha em seguir se reunia com os populares que se encaminhavam para a grande praça central do Reino de Antiquitera.

Lindos arcos davam passagem para a entrada dos noivos dentro do castelo do império. Nunca como antes as Sérpias de Ravi estavam abauladas, e reflexos de luz quando tocadas pelo sol orientavam a ereção pelo seu semblante.

Yeshua havia de abençoar nosso matrimônio, para que a paz e o amor pudessem florescer pelos campos, onde apenas uma cronoanálise das sérpias de trigo pudessem deixar uma mesa farta por longas gerações de desenvolvimento e prosperidade.

Fraternalmente,

Max Diniz Cruzeiro

 

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