A manifestação liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, na manhã desta terça-feira (22), teve repercussão negativa por parte de alguns parlamentares da Câmara Municipal de Manaus (CMM), que reprovaram a ação por ter provocado engarrafamentos quilométricos nas principais vias de acesso comprometendo a mobilidade urbana.
Primeiro a criticar a paralisação, o presidente da Casa Legislativa, Wilker Barreto (PHS), ocupou a tribuna e lamentou os transtornos causados pelos manifestantes, principalmente, pela falta de respeito ao direito de ir e vir das pessoas e por inviabilizar o fluxo dos veículos nas vias de acesso a hospitais e prontos socorros da cidade.
“O interesse da cidade deve estar acima de qualquer interesse, seja qual for a categoria. Hoje, a cidade acordou com esse transtorno no trânsito injustificável. Defendo o direito de greve, mas tirar o direito de ir e vir das pessoas, extrapola todas as prerrogativas legais”, lamentou o vereador.
Na ocasião, o parlamentar fez apelo a todos os segmentos e sindicatos para que os manifestos sejam feitos de forma ordeira, sem prejudicar a mobilidade urbana da cidade, sem interferir no trajeto da população, que muitas vezes, tem pressa de um atendimento à saúde, de uma entrevista de emprego, da realização de um exame agendado, entre outros interesses imprescindíveis, que deixaram de ser realizados por conta de uma ação improvisada.
“Nesse momento pessoas poderiam estar entre a vida e a morte tentando chegar a um hospital para atendimento de urgência. Temos o oficio de zelar pela cidade e discutir aqui no plenário os manifestos de qualquer categoria, mediados pelos parlamentares. Quando nos tornamos vereador, os interesses da cidade devem estar acima dos nossos interesses e de áreas que defendemos. Não sou a favor do patronal que massacra o trabalhador, mas quando passa por cima do direito de ir e vir de uma cidade, que já sofre com a mobilidade urbana, não tem justificativa”, destacou Wilker.
Na mesma linha, o vereador Wallace Oliveira (PODE) disse que mobilizações como essas estão banalizando a cidade e os prejuízos causados pelos manifestos devem ter relevância. “Pessoas poderiam perder a vida por conta da mobilização. Daqui a pouco uma briga de vizinhos vai interromper uma via”, questionou o vereador.
O mesmo defendeu Roberto Sabino (PROS), ao lamentar que o fato esteja virando “moda” em Manaus. Para ele, medidas necessárias devem ser tomadas para impedir tais manifestações que prejudicam o dia a dia da população. “É necessário intervenção da Câmara Federal. Que se crie leis para coibir ações como essa”, frisou Sabino.
O líder do prefeito na CMM, vereador Joelson Silva (PSC) também demonstrou preocupação com os reflexos negativos desse tipo de mobilização para a cidade. “É preciso ter equilíbrio nas manifestações, sem prejudicar aqueles que precisam chegar ao seu destino”, completou.