26 de Junho: Dia Nacional de Combate às Drogas(Por Raimunda Gil Schaeken)

Professora Raimunda Gil Schaeken(AM)

A magnitude do problema do uso indevido de drogas, verificada nas últimas décadas, ganhou proporções tão graves que hoje é um desafio da saúde pública no país. Além disso, este contexto também é refletido nos demais segmentos da sociedade por sua relação comprovada com os agravos sociais, tais como: acidentes de trânsito e de trabalho, violência domiciliar e crescimento da criminalidade.
Os motivos que podem levar uma pessoa a se entregar ao vício de droga são vários e vão desde a necessidade de aceitação por um grupo até um problema de cunho familiar ou emocional. Da mesma forma são inúmeras as pessoas que se aproveitam disso para traficar e obter lucros com as fraquezas alheias.


Mas como resolver essa situação? O tráfico cresce porque cresce o número de usuários de drogas. Este número aumenta porque aumenta o tráfico de drogas. Isso significa que não adianta combater às drogas simplesmente como um “problema de polícia”.

Não adianta lutar contra o tráfico, enquanto crime, e esquecer de lutar contra às causas que levam as pessoas ao consumo e a dependência química. O combate às drogas deve se dar também no âmbito educacional, psíco-social, econômico e até mesmo espiritual.

Muitos setores da sociedade já perceberam isso e, em consequência, aumentam as campanhas de combate às drogas e as organizações que visam a recuperação de dependentes químicos e sua reintegração na sociedade. Exemplo desse esforço social  pode-se notar na campanha da Fraternidade de 2001, da Igreja Católica, cujo tema foi “Vida Sim, Drogas Não”. Como gesto concreto, surgiu a Fazenda da Esperança.

Fazenda da Esperança é o nome que se dá às comunidades onde vivem pessoas dependentes que querem livrar-se das drogas. É uma instituição filantrópica, sem fim lucrativo, que adota como filosofia de atuação na recuperação dos dependentes químicos que acolhe o tripé: trabalho, vida em comunidade e espiritualidade.

A iniciativa desse tipo de trabalho social inspirado na frase do Evangelho “Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que o fareis” foi do frei franciscano alemão, Hans Stapel, nos anos de 1980 em Guaratinguetá (SP).

Em Manaus a Fazenda da Esperança Masculina foi implantada no dia 4 de agosto de 2001, como gesto concreto da Campanha da Fraternidade:“Vida sim, droga não” e  inaugurada dia 29 de julho do mesmo ano, atendendo 14 jovens. E no dia 6 de março de 2005 a Arquidiocese de Manaus inaugurou a Fazenda da Esperança Feminina.

A ideia de trazer o projeto para o Estado foi do bispo de Parintins Dom Gino Malvestio, que faleceu antes de ver o sonho concretizado. O padre Mário Pascoaloto seguiu com a empreitada e, assim que foi ordenado bispo, transferido para Manaus, logrou concretizar a Fazenda Esperança. Então, o ambiente repressor da antiga Febem, que funcionava nesse local, foi transformado em um centro acolhedor de recuperação.

É preciso implantar outras medidas repressivas e, sobretudo, preventivas. É na família, portanto, que deve começar a luta contra o narcotráfico, com continuidade nas salas de aula, para que os jovens sejam reeducados e reintegrados ao convívio social, livres do vício e da violência.

Saiba como agir. Tente conversar e mostrar ao dependente químico quais os danos que o vício está causando na vida dele, bem como apresentar-lhe soluções viáveis. Caso o viciado já esteja numa fase crônica, não relute em encaminhá-lo para uma clínica de recuperação; mas não deixe de comunicá-lo anteriormente.

A ajuda e as dicas de um profissional competente, como um psicólogo ou psiquiatra, são de extrema importância para o próprio dependente e para aqueles que têm que lidar com um. Outro fator relevante é tornar o dependente ciente de seu comportamento quando está sob efeito da droga e as consequências que ele traz para si e para as demais pessoas.

Que possamos nos solidarizar e apoiar às Instituições que trabalham para combater esse mal na sua raiz, pois há pessoas e famílias inteiras sendo dominadas por essa escravidão de nosso tempo.(Raimunda Gil Schaeken – Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR)

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