Economista, profissional do desenvolvimento – por Osíris Silva

Escritor e economista Osíris Silva/Foto: Divulgação

Sob o tema “Economia, Ética & Cidadania”, o Conselho Regional de Economia – CORECON-AM acaba de promover mais uma Semana do Economista, durante a qual, no período de 13 a 18, foram debatidos questões de amplo alcance e interesse da sociedade. Dando início à Semana foi promovida a palestra “Corrupção e seus efeitos sobre a dinâmica do crescimento econômico regional”, ministrada pelo delegado federal Pablo Oliva, na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), com a participação de estudantes e economistas.


Seguiu-se a realização de uma Oficina “Criatividade, propósito e carreira”, sob a responsabilidade do economista Durval Braga, fundador do Parque de Ideias, na unidade UEA.

Casa cheia no Curso de “Matemática Financeira”, à frente o professor Eliraldo Adbensur, na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Na terça-feira o Corecon participou da Sessão Especial promovida pela Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) em homenagem ao Dia do Economista, celebrado no dia 13 de agosto. A homenagem foi proposta pelos deputados economistas José Ricardo e Serafim Correa, com apoio do deputado Luiz Castro.

Na ocasião, o presidente do Corecon, Francisco Mourão Júnior, em nome do Conselho agradeceu a homenagem, registrando os 67 anos da profissão no Brasil, 46 anos no Amazonas. “Ao longo desse período, os profissionais jamais se recusaram a se envolver nos debates em torno do processo de desenvolvimento do Estado. O Conselho é parceiro do desenvolvimento sem descuidar, no entanto, de posicionamentos críticos quando necessário”, salientou Mourão Júnior.

Extensos e árduos são os caminhos do desenvolvimento econômico. O Amazonas ainda não concluiu a terceira etapa, dentre as cinco propostas por W.W. Rostow (1961), como intrínsecas a esse longo e penoso processo. A fase do arranco (take off), o intervalo em que as obstruções e resistências ao desenvolvimento são superadas, e na qual ocorre a acumulação de capital, indispensável ao crescimento auto sustentado por investimentos líderes geradores de renda e emprego.

Escritor e economista Osíris Silva/Foto: Divulgação

Ainda se verifica a falsa percepção de que o planejamento governamental leva em conta fórmulas aplicáveis “erga omnes”, isto é, extensivas simultaneamente a todos os setores da economia. Na verdade, o processo é lento, gradual e setorial,, podendo, segundo a competência e legitimidade do governante e do sistema político produzir efeitos abrangentes sobre o conjunto da sociedade. Ou não! Quem comanda carrega o ônus da tomada de decisão.

Mas, afinal o que é Economia? Trata-se do estudo de como as sociedades dispõem de recursos escassos para produzir bens valiosos e distribuí-los entre diferentes grupos; o estudo da forma como se usam esses recursos para satisfazer necessidades humanas ilimitadas. Configurando a base nevrálgica do sistema econômico, constituem tais recursos: Terra (recursos naturais, florestas, minério, etc); Trabalho (dotações humanas); Capital (os meios técnicos e físicos de produção – máquinas e instalações) e a Tecnologia (de produto e processo)aplicados (o conjunto dos recursos) na produção de bens e serviços.

Aqui reside o maior desafio do processo de escolha de alternativas mais adequadas ao atendimento das necessidades humanas. O pleno equilíbrio entre recursos escassos e bem estar pode, ao que se presume, ser entendido como desenvolvimento. O objetivo maior da Economia, enquanto ciência e instrumento de gestão pública. Na complexidade de escolha das alternativas e oportunidades economicamente factíveis, não há espaço para soluções mágicas. O economista apenas subsidia alternativas a planos, projetos e estratégias na esfera governamental e da iniciativa privada. A escolha de soluções independe da vontade desse profissional, mas de instâncias superiores. Por isso nem sempre funcionam, exatamente devido a que, embora o crescimento seja função direta de investimentos sólidos em infraestrutura técnica e operacional, em educação, ciência e tecnologia, esta via, por circunstâncias eminentemente do interesse partidário, nem sempre é a eleita pelo governante. Contrariamente, recaindo a decisão sobre a opção correta o país se desenvolve social e economicamente.

Manaus, 20 de agosto de 2018.

Artigo anteriorSeleção Brasileira de Vôlei reúne multidão em sessão de autógrafos
Próximo artigoMais de 20 atrações no 18º Festival de Verão de Maués

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui