Paulo Guedes aguentou tudo, menos ser chamado de “tchuchuca”

Ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Divulgação

Numa audiência na Câmara que se arrastou por pouco mais de seis horas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, aguentou muitas provocações dos parlamentares de oposição. Foi tachado de rentista, de investigado em esquema que apura corrupção em fundos de pensão, mas, perdeu mesmo a cabeça quando o filho do ex-ministro José Dirceu, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), o chamou de “tchutchuca”.


“O senhor é tigrão quando é com os aposentados, com os idosos, com os portadores de necessidades. O senhor é tigrão quando é com os agricultores, com os professores. Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país”, disse Dirceu, alegando que as propostas de Guedes para a previdência afetarão prioritariamente as camadas mais pobres da população.

Ao ouvir a provocação, Guedes se exaltou: “Você não falte ao respeito comigo! Tuthcuca é a mãe, é a vó. Eu respeito, me respeite.”

A discussão tomou conta do plenário da CCJ e o presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR), após diversos pedidos para que os deputados se controlassem, teve de derrubar a sessão.

O bate-boca que resultou na queda da audiência com Guedes não foi o único momento tenso do evento desta quarta-feira.

Ao longo do debate, ao defender a reforma da previdência, o ministro Guedes disse que quem não apoia mudanças no sistema está louco e “precisa de internamento”.

A frase também gerou um tumulto no plenário e pedidos de Francischini para que os parlamentares mantivessem o decoro.

Ministro da Economia, Paulo Guedes – Foto: Divulgação

Houve ainda outro conflito, logo no começo da sessão.

Guedes disse que passou por um treinamento para manter a calma na audiência, mas se irritou com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), e levantou a voz para rebater críticas à previdência Chilena, onde há o modelo de capitalização que repetidamente defende.

“Acho que a Venezuela está melhor. Venezuela está bem melhor. A Venezuela está bem”, disse.

Em meio à gritaria no plenário, ironizou a oposição e pediu que falassem mais alto pois ele não estava escutando.

Dando uma bronca nos colegas, o presidente da CCJ bradou nos microfones:
– Isso não é briga de rua!

Para além dos bate-bocas, Guedes insinuou nesta quarta-feira que, por medo dos militares, os deputados devem acabar mantendo o pacote de benefícios concedido à categoria na reforma da previdência.

Tal como fez o presidente, Jair Bolsonaro, o ministro disse que a bola da reforma está com o Congresso. Por isso não deveria ser questionado por deputados sobre os porquês de ele não ter retirado benefícios da caserna no texto enviado ao Legislativo.

“Vocês não têm que virar para um ministro e perguntar porque não cortou a aposentadoria dos militares. Cortem vocês. Vocês são o Congresso Nacional. Vocês têm medo de fazer isso?”, desafiou.

PREJUDICAR OS MAIS POBRES

Nas pouco mais de seis horas de debate, a audiência foi uma queda de braço com oposicionistas alegando que a reforma da previdência iria prejudicar especialmente as pessoas mais pobres e aposentados que recebem até dois salários mínimos.

Guedes, por sua vez, defendeu o sistema de capitalização e alegou que fará com que os juros dos recursos coletados no novo modelo seriam capazes de suprir as aposentadorias das futuras gerações.

Na avaliação de deputados que estiveram na CCJ, os argumentos usados por Guedes para defender a reforma tiveram um efeito de convencimento menor do que outro fator que se desenrolou no colegiado.

Devido à briga com a oposição, a base governista começou a ganhar espírito de corpo e acabou a reunião mais coesa do que estava antes da audiência com o ministro.

Fonte: Top Buzz

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