
A plataforma virtual do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), vinculado ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI), está fora do ar há quatro dias. A situação preocupa a comunidade científica, já que a instabilidade do sistema impossibilita que os pesquisadores e estudantes brasileiros acessem seus currículos registrados no Lattes – considerado pelo próprio Governo Federal como “elemento indispensável” na área de ciência e tecnologia -.
Em nota, o CNPq informou que “o problema que causou a indisponibilidade dos sistemas já foi diagnosticado em parceria com empresas contratadas e os procedimentos para sua reparação foram iniciados”.
1.O problema que causou a indisponibilidade dos sistemas já foi diagnosticado em parceria com empresas contratadas e os procedimentos para sua reparação foram iniciados.
— CNPq (@CNPq_Oficial) July 27, 2021
Por que a situação preocupa?
O acesso ao Lattes é imprescindível para os acadêmicos, que estão impossibilitados de acessar as informações desde o desde o último sábado (24). A plataforma também serve como base curricular para análise e concessão de benefícios e bolsas de fomento à ciência, tecnologia e inovação.
Além disso, o Lattes é considerado padrão nacional utilizado para o registro da vida acadêmica dos estudantes e pesquisadores do Brasil e do exterior. A plataforma é adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do País.
Críticas nas redes sociais
Nas redes sociais, estudantes, pesquisadores e políticos se manifestaram diante da situação.
Pra maioria dos pesquisadores no Brasil, manter um lattes não é questão de vaidade, mas questão de sobrevivência e esperança no mercado de trabalho. Não me parece fazer sentido tratar como exagerado o pesquisador preocupado com Lattes perdido no servidor queimado do CNPQ.
— Sabrina Fernandes (@safbf) July 27, 2021
Me digam que isso é um pesadelo. Eu não acredito que chegamos nesse ponto descaso: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informou que o sistema Lattes estava fora do ar, pois, o servidor do CNPq “queimou” e não há backuphttps://t.co/SdWVYdnUUB
— Ethel Maciel, PhD – #TodosPelasVacinas💉 (@EthelMaciel) July 27, 2021
APAGÃO NA CIÊNCIA!
Quem não é da área não sabe a importância da plataforma Lattes pros cientistas. Além de ser lá que atualizamos nosso currículo, quem tem fomento (grana) desta agência, e lá que se faz a prestação de contas, submete relatórios, pede auxílios e prorrogações, etc. pic.twitter.com/xC0sHmRaWZ— Dotôra Ana Bonassa – vacina já (@cienciaAna) July 27, 2021
Nota do CNPq
Uma outra preocupação dos pesquisadores é com relação ao pagamento das bolsas. Em nota, o Conselho garantiu que os pagamentos não serão afetados. Veja a nota completa:
“Em continuidade aos comunicados sobre a indisponibilidade dos sistemas do CNPq, incluindo as Plataformas Lattes (Currículo Lattes, Diretório de Grupos de Pesquisa, Diretório de Instituições e Extrator Lattes) e Carlos Chagas, esclarecemos:
1. O problema que causou a indisponibilidade dos sistemas já foi diagnosticado em parceria com empresas contratadas e os procedimentos para sua reparação foram iniciados.
2. O CNPq já dispõe de novos equipamentos de TI e a migração dos dados foi iniciada antes do ocorrido. Independentemente dessa migração, existem backups cujos conteúdos estão apoiando o restabelecimento dos sistemas. Portanto, não há perda de dados da Plataforma Lattes.
3. O pagamento das bolsas implementadas não será afetado.
4. Todos os prazos de ações relacionadas ao fomento do CNPq, incluindo a Prestação de Contas, estão suspensos e, de ofício, serão prorrogados.
5. Os comunicados oficiais do CNPq são feitos exclusivamente por meio dos canais oficiais na internet: site e redes sociais. Manteremos todos atualizados sempre que houver novas informações sobre a questão.
6. Para demais dúvidas, entre em contato com a Central de Atendimento pelo telefone 61 3211 4000 ou pelo e-mail [email protected]
Reforçamos que o CNPq/MCTI estão comprometidos com a restauração do acesso aos sistemas operacionais com a maior brevidade possível.”
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