
Após a eleição de Lula, Noruega anuncia o retorno do investimento para proteção da Floresta Amazônica
Com a derrota de Jair Bolsonaro para Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de presidente da República nas Eleições Gerais 2022, a Noruega está pronta para retomar os pagamentos ao Brasil no âmbito do Fundo Amazônia. A parceria poderá, inclusive, ser retomada rapidamente, a partir de janeiro, após a posse de Lula.
“O que eles já disseram, do lado da oposição, tem sido muito positivo”, afirmou ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Espen Barth Eide, acrescentando que o fundo poderia ser retomado em questão de “semanas ou meses”, “considerando que a oposição faça o que diz que fará”.
Se o Fundo Amazônia for retomado, as verbas poderiam ser usadas para restaurar estruturas de governança ambiental enfraquecidas durante o governo Bolsonaro, afirmou Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, que representa 65 organizações não-governamentais ambientalistas do Brasil.
Recentemente, Lula lançou as diretrizes de seu programa de governo, que se compromete com o desmatamento líquido zero no país, o fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente e o combate ao crime ambiental. De 2008 a 2018, a Noruega transferiu 1,2 bilhão de dólares (R$ 6,2 bilhões) para o Fundo Amazônia, que paga para o Brasil prevenir, monitorar e combater o desmatamento. As taxas de desmatamento na Amazônia desaceleraram até 2014, em conjunto com a adoção de políticas públicas contra o desmate ilegal.
A Noruega é, de longe, o maior doador, seguido pela Alemanha. O fundo tem hoje cerca de R$ 3 bilhões não utilizados, segundo organizações não-governamentais.