Disputa bilionária nos bastidores da regulação do ensino superior – por Rodrigo Bouyer

Rodrigo Bouyer é avaliador do inep e sócio da Somos Young

Quanto vale um curso de medicina para uma instituição privada no Brasil? Mensalidades elevadas, pouca concorrência, alta procura, baixa inadimplência e aumento do prestígio institucional são alguns dos atrativos para que uma universidade privada tenha interesse em abrir o curso de medicina.


Em um mercado cuja a estimativa de receita de mensalidade supera R$ 20 bilhões por ano, e no qual cada vaga autorizada pelo Ministério da Educação chegou a valer R$ 2,5 milhões em negociações de compra, a regulação de cursos de medicina desperta tensão entre os interesses de associações e entidades.

Desde de 2013, a lei dos Mais Médicos determina que a abertura de novos cursos deve ocorrer via chamamentos públicos, com regras de concorrência e em municípios elegíveis pelo MEC. Ocorre que, em dez anos, somente dois chamamentos foram realizados, o que levou universidades a buscarem a justiça para autorizar seus cursos de medicina – com sucesso.

Entretanto, isso ameaça a lucratividade de instituições que já possuem cursos de medicina e, inclusive, reverberam um aumento de pressão de investidores sobre grupos educacionais com capital aberto na bolsa. Por esta razão, o mercado de educação superior trava acirrada disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) para decidir como se dará a expansão deste bilionário mercado no Brasil.

Seria tempo de tempestade no oásis? Certamente esse tema continuará efervescente em rodas de conversas entre gestores, mantenedores, investidores do mercado educacional e, não por acaso, pauta na grande imprensa. Inclusive, tema do novo podcast de educação da Young, que recebe os representantes da ABRUC e ANUP que irão decidir o futuro deste mercado.

Rodrigo Bouyer é avaliador do inep e sócio da Somos Young

 

Artigo anteriorPrefeitura convoca assistentes sociais e nutricionista aprovados no concurso da Semsa
Próximo artigoHomem é executado e CV deixa recado ao lado do corpo no Puraquequara

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui