
O Brasil deu um passo significativo na prevenção do câncer ao adotar o esquema de dose única para a vacina contra o HPV, anunciou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O HPV, vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero, agora será combatido com uma única aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A medida, voltada para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, visa simplificar o processo de imunização e aumentar a adesão da população. Para grupos específicos, como imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, o esquema anterior de até três doses será mantido.
Além disso, a ministra orientou estados e municípios a realizarem uma busca ativa dos jovens de até 19 anos que ainda não receberam nenhuma dose da vacina, visando atualizar a cobertura vacinal.
Uma novidade importante é a inclusão de pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR), de qualquer idade, no Programa Nacional de Imunizações (PNI), permitindo que recebam a vacina gratuitamente pelo SUS.
Essa decisão segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseada em estudos que mostram a eficácia de uma única dose na proteção contra o HPV. A medida visa aumentar a cobertura vacinal e facilitar a introdução da vacina em países de média e baixa renda, onde a adesão ainda está aquém da meta.
O HPV é responsável por 99% dos casos de câncer de colo do útero, mas sua prevenção não se limita apenas a esse tipo de câncer. A vacinação também protege contra cânceres de pênis, ânus, orofaringe, vagina e vulva, além de interromper a cadeia de transmissão ao vacinar o público masculino.
Com cerca de 80% das pessoas infectadas pelo HPV em algum momento da vida, a vacinação desempenha um papel fundamental na redução do risco de câncer e outras complicações associadas ao vírus.
A vacinação em dose única representa um avanço significativo na saúde pública, contribuindo para a erradicação do câncer do colo do útero e proporcionando uma vida mais saudável para milhões de brasileiros.
Fonte: G1