
Nove dias após a revelação de esquema de fraudes em aposentadorias e pensões, Carlos Lupi pediu demissão do Ministério da Previdência.
Lupi não é investigado, mas o Planalto avaliou que o desgaste político e a percepção de omissão tornaram sua permanência insustentável.
A saída confirma os rumores ampliados desde a Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23 de abril para apurar a cobrança irregular de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
Com a saída, Lupi também perdeu o poder de indicar o comando do INSS. Lula nomeou Gilberto Waller Júnior, servidor de carreira e ex-corregedor.

Ação
Um dos alvos da operação, Alessandro Stefanutto foi indicado por Lupi. Afastado imediatamente pela PF (Polícia Federal) e pela CGU (Controladoria-Geral da União), ele pediu demissão após ordem do presidente Lula.
Lupi admitiu que errou ao escolher Stefanutto. Em audiência na Câmara dos Deputados, o então ministro da Previdência afirmou que o indicado foi escolhido pela qualidade técnica, currículo e despertou empatia. “A gente acerta e erra”, reconheceu Lupi.
Roubo no governo Bolsonaro e Temer
A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF), destacam valor descontado entre 2019 e 2024. Investigações passadas do Ministério Público, contudo, já apuraram descontos indevidos em 2018 e 2019, ainda nos governos de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL), mas em escala menor do que a foi anunciada agora.
Demora na decisão
Primeiras atitudes de Lupi levaram nove meses. Atas de reuniões mostram que o ministro foi alertado em 12 de junho de 2023 sobre o esquema no INSS. No entanto, ele se recusou a abordar o assunto naquele momento. A primeira providência só foi tomada apenas em março de 2024.
Sem sustentação
Situação ficou insustentável dentro do governo. Diante dos desdobramentos, o integrantes do Executivo passaram a recomendar a demissão de Lupi. Na avaliação dos aliados, a crise pode ser ampliada e a manutenção do ministro pioraria a situação.
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