A crise brasileira: uma Nação que deve salvar a si mesma

Não se deve comparar. As condições são muito diferentes das existentes em 64. Tanto as variáveis internas quanto as condicionantes externas, nas quais não há mais a divisão ideológica que moldou a Guerra Fria. Mas, daquela época ficou a lição de que os brasileiros não aceitam ideologias espúrias aos precedentes históricos da nacionalidade. Ao “forçar a barra” tentando impor velhas fórmulas ideológicas o PT cometeu um dos seus erros mais graves.


As Forças Armadas não são diferentes daquelas de antigamente em sua essência, em seus valores e princípios, mas foram moldadas pelos insultos; detratações; baixos salários; orçamentos depauperados; tentativas de quebra da hierarquia e da disciplina – pilares básicos de sua existência -; comissões de inverdades e tentativas de mudar a História que as consolidou como Instituições nacionais de elevada confiança pela sociedade, praticados pelos governantes petistas.

Agora, vão esperar que o problema político, que foi causado por políticos, por eles seja resolvido em consonância com a sociedade democrática que demostra que está atenta.

 

A esta cabe o dever de varrer dos ambientes políticos toda a caterva que aí está.

Atualmente, o que é previsível que as Forças Armadas façam é garantir a constitucionalidade, isto é, garantir que o que estiver previsto na Constituição seja aceito, cumprido e respeitado por todos. Caso contrário será a quebra do estado de direito tão propalado aos quatro ventos quando interessava à esquerda que agora ocupa o poder. Uma convulsão social permite deduzir que estas possam ser levadas a agir.

É visualizável a possibilidade de as Forças Armadas virem a ter que limitar manifestações populares gravosas, diante do esgotamento dos meios das polícias militares, evitando a eclosão de atos contínuos de violência que levem à quebra total da ordem institucional.

As Forças Armadas podem garantir a governabilidade prevista na Constituição, que deve ser atingida pela manutenção dos três poderes constituídos, renovados em seus quadros no Executivo e Legislativo.

 

É passível de ser percebido que o Poder Executivo não conseguirá reverter o quadro de muito baixa credibilidade que atingiu. O tempo trabalha contra ele e os espaços de manobra se reduzem a cada dia.

 

Oportuno lembrar que o atual senador Fernando Collor foi impedido de permanecer no cargo com índices de desconfiança semelhantes aos da Presidente Dilma Rouseff. A diferença é que o Congresso Nacional era mais sólido e com lideranças melhores que o atual.

O principal agente indutor da crise é o Executivo. E ele está imobilizado. Não foi capaz de tentar o mais óbvio: enxugar a máquina de governo. Possível imaginar que os “acordos de bastidores” o impeçam de fazer isso. Não lhe concedem esse espaço e capacidade de manobrar politicamente.

Diante disso, o governo continua a aparelhar a máquina pública com nomeações viciadas de compadres afiliados e envolvidos em casos de corrupção, como na ECT com o novo diretor de Tecnologia. Talvez a única atitude que ainda resta à presidente.

Dilma, faz lembrar a queda de Berlin ao final da II GM, quando Hitler nomeava comandantes e emitia ordens para exércitos que só existiam na imaginação dele.

O lícito é esperar o agravamento da crise para os próximos meses com inflação mais alta, novos aumentos da taxa SELIC, dinheiro mais curto para os mais necessitados, aumento do desemprego e a consequente alavancagem da violência com roubos e furtos de toda espécie. A volta das manifestações, desta vez com mais massa e focos mais definidos é possível.

A Presidente Dilma, segundo declarações próprias, não renunciará. Provável que o PT também não permita esse ato. Diante de um impasse desse quilate, “terão” que arrancá-la do poder.

A Justiça tem os instrumentos adequados para faze-lo.

A situação de fato poderá forçar o Legislativo e o Judiciário a fazer algo para evitar o caos.

Nessa oportunidade, o mais provável é que se busque um acordo político que afaste a Presidente Dilma e garanta um mínimo de governabilidade a quem a substitua.

É possível que os Comandantes das Forças Armadas sejam ouvidos e estejam preparados para ser fiadores da garantia da lei e da ordem.

Dentro dessa linha de análise – de um acordo para saída “honrosa” da detentora do cargo político mais elevado do país – , é mais provável é que declarem a eleição nula por ter sido financiada de forma “irregular” (o caso das pedaladas poderá servir para reforçar as justificativas) e impugnem a chapa Dilma e Temer. Isso envolverá acordo prévio com o Poder Judiciário, a oposição e o PMDB, este a maior força política atual do Brasil, porém também dividido entre caciques feudais . Este, presentemente, não tem demonstrado disposição para assumir o poder central, diante da situação vigente. Alguns de seus chefes têm tentado aproximação com comandantes militares. Chegam até a demonstrar que ouviram falar em Caxias. Oportuno lembrar que o Duque de Caxias, patrono do Exército, foi um legalista.

O PSDB, principal força da oposição, não é tão oposição assim, nem tão forte o suficiente para ter interesse em assumir o espólio nas condições que está.

Legalmente, na vacância do chefe do Executivo, deve assumir o Presidente da Câmara dos Deputados. Assim assumirá Eduardo Cunha que terá três meses para organizar novas eleições, se não for preso antes.

O voto da população, em novas eleições, será fundamental para garantir um mínimo de legitimidade ao processo.

A possível prisão dos presidentes do Senado e da Câmara, bem como de um número elevado de outros parlamentares, e do ex-presidente Lula, concomitantemente ou não, em decorrência de fatos comprovados nas investigações da Operação Lava – Jato , poderá antecipar a vacância do Executivo e o desencadeamento de atos de desordem pela militância que apoia o regime, reforçada pelo MST e por movimentos sociais ideologizados.

No fundo, as saídas da crise para o país podem estar nos desdobramentos da Lava – Jato.

Coronéis J R Franco e Marco Antônio dos Santos

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