A MULHER MAIS IMPORTANTE DA POLÍTICA BRASILEIRA

Luiz Lauschner Escritor e empresário

Luiz Lauschner Escritor e empresário
Luiz Lauschner
Escritor e empresário

A novela do impeachment que já se arrasta por tempo demais e que sangra o Brasil com a indefinição do quadro de comando nos mostrou muitas mulheres defendendo outra, como se o processo contra ela se devesse ao fato de ser mulher e não corrupta.


Porém, não é esse assunto que quero abordar, mesmo porque o cálice já transbordou e o que se colocar nele vai servir apenas para melar a mesa e o chão onde ele se encontra. Quero falar de uma mulher que realmente se preocupou com o povo, não dando a ele migalhas, mas estimulando a capacidade produtiva inata em cada pessoa. No dia 25 de julho se comemora o dia do colono, que mais tarde foi chamado de agricultor. Por que se comemora essa data?

Há quase duzentos anos, o Brasil rompia com a coroa portuguesa e se tornava politicamente independente. Na Europa grassava a pobreza, a falta de terras para produção. A Princesa Leopoldina, que saíra daquela realidade para se tornar Imperatriz no Brasil, extasiou-se vendo o tamanho do Brasil e o seu potencial agrícola.

Convenceu ao Imperador Dom Pedro I a oferecer terras aos agricultores europeus em troca do reconhecimento do Brasil como nação Independente. Leopoldina que era uma mulher de uma cultura muito acima da média da nobreza europeia, trabalhou quase anonimamente para trazer agricultores para cultivar o Brasil. Leopoldina não era uma mulher exuberante, mas com certeza tinha mais livros que sapatos e estava por trás de todas as medidas que comandavam a imigração de europeus para o Brasil. Leopoldina não foi “eleita” a nada, e recebeu como única homenagem, o nome da localidade de São Leopoldo no Rio Grande do Sul, onde chegaram os primeiros imigrantes. Porque Leopoldina foi transformada em São Leopoldo é uma incógnita que não pretendo decifrar.

Estranhamente, nossas mulheres da política de hoje não citam esta heroína brasileira. Nem mesmo Gleisi Hoffmann, cujos antepassados chegaram ao Brasil graças a Imperatriz, muito menos outras mulheres da política se lembram dela. Ressaltar os feitos dessa grande mulher não significa diminuir o trabalho de outras. Vanessa Grazziotin prefere grasnar contra a injustiça do impeachment em vez de dar valor a quem merece, mesmo porque seus antepassados também vieram na carona das determinações do Império Brasileiro da época.

Entre o 7 de setembro de 1822, data da proclamação da independência até 25 de julho de 1824, dia da chegada dos primeiros agricultores vindos da Alemanha e Áustria, passaram-se menos de dois anos. Provavelmente, se as decisões daquela época fossem tomadas com a lentidão das de hoje, as malas dos imigrantes teriam apodrecido no cais de Hamburgo. Afinal, 22 meses nos tempos em que uma viagem de navio consumia mais de dois meses, onde a comunicação era feita por carta, é um período extremamente curto, ainda mais que havia acordos diplomáticos envolvidos.

Os colonos que vieram na primeira viagem e nas outras que se seguiram durante 50 anos vieram para ficar. Hoje existem quase 20 milhões de brasileiros que têm nome italiano, mais de treze com sobrenome alemão e uma grande quantidade de outros. A bem da verdade, deve-se registrar que nenhum desses imigrantes jamais se utilizou de mão de obra escrava, embora ela tenha sido absolvida mais de sessenta anos após a chegada deles.

Quando o mundo torce pela eleição da primeira mulher a presidência dos Estados Unidos, é bom lembrar que em toda a história dos povos, houveram muitas mulheres que ajudaram a construir o que hoje desfrutamos.

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