AM tem 85% de rodovias com deficiência, aponta CNT

BR-319 em Humaitá foi um dos trechos percorridos durante levantamento (Foto: Divulgação/CNT)

Do total de 1.022 km da malha viária de rodovias estaduais e federais no Amazonas, 85% apresenta algum tipo de deficiência. As condições do pavimento e sinalização têm afetado o tráfego de veículos nas estradas e gerado acréscimo do custo operacional de 49,6% no transporte rodoviário do Amazonas.


A precariedade foi constada pela Confederação Nacional do Transporte, que avaliou quatro rodovias federais e uma estadual. A análise integra a 21ª Pesquisa CNT de Rodovias divulgada recentemente.

BR-319 teve estado geral considerado ruim (Foto: Mary Porfiro/G1)

A pesquisa da CNT percorreu 1.022 km de estradas no estado, incluindo trechos da AM-010, da BR-230 (Transamazônica), BR-317 (divisa do Amazonas com Acre) e BR-319. Dos trechos das quatro rodovias avaliadas 85% (869 km) da malha apresentou algum tipo de deficiência do estado geral com classificação regular, ruim ou péssimo. O estado geral inclui a avaliação conjunta do pavimento, da sinalização e da geometria da via. Somente 15% (153 km) tiveram classificação ótima ou boa.

As deficiências geram um acréscimo do custo operacional do transporte no transporte rodoviário do Amazonas, que chega ao índice 49,6%, enquanto a média em todo o país é de 27%. Os 166 acidentes ocorridos em 2016 geraram um custo de R$ 24,58 milhões.

Pavimento
Em relação ao pavimento, a CNT considerou as condições da superfície da pista principal e do acostamento. A pesquisa classificou o pavimento como regular, ruim ou péssimo em 80,5% da extensão avaliada no Amazonas, enquanto 19,5% foram considerados ótimos ou bons; 28,8% da extensão pesquisada apresentou a superfície do pavimento desgastada.

Condições de acostamento também foram analisadas (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Sinalização
Nesse segmento são observadas a presença, a visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais.

O estudo apontou que houve problemas de sinalização em 80,7% da extensão avaliada com classificação regular, ruim ou péssima. Em 19,3% dos trechos das rodovias o estado foi ótimo ou bom. Ao analisar os trechos onde foi possível a identificação visual de placas, 43,3% apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis.

Geometria da via
O tipo de rodovia (pista simples ou dupla) e a presença de faixa adicional de subida (3ª faixa), de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento estão incluídos na análise da geometria da via.

A pesquisa constatou que 83,2% da extensão pesquisada não teve condições satisfatórias de geometria; 16,8% tiveram classificação ótima ou boa nesse aspecto. O Amazonas teve 96,8% da extensão das rodovias avaliadas de pista simples de mão dupla.

A pesquisa da CNT identificou, ainda, oito trechos com buracos grandes e quatro com erosões na pista.

BR-319 em Humaitá foi um dos trechos percorridos durante levantamento (Foto: Divulgação/CNT)

Investimentos
Na avaliação da CNT, apenas para as ações emergenciais de reconstrução e restauração das vias, com a implementação de sinalização adequada, estima-se que são necessários R$ 647,39 milhões. Já para a manutenção dos trechos classificados como desgastados, o custo estimado é de R$ 90,55 milhões.

De acordo com a CNT, o valor autorizado para investimento público federal em infraestrutura rodoviária no Amazonas foi de R$ 2,19 bilhões entre 2004 e 2016, dos quais R$ 1,54 bilhão (70,5%) foi pago. Até 2010, a maior parte dos recursos foi usada para construção, principalmente na BR-319, e, de 2011 a 2016, prevaleceu a participação das intervenções de manutenção nos desembolsos.

“De 2004 a 2017, percebeu-se uma pequena melhora no pavimento e na geometria da via, enquanto a sinalização ganhou 6,1 pontos percentuais e reduziu para 74,5% sua classificação de regular, ruim e péssimo em 2017”, avaliou a CNT.

O que dizem as autoridades
Quanto à situação da rodovia AM-010, a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) informou, por meio de nota, que já estão licitados os serviços de manutenção e conservação da rodovia, que envolvem a recuperação de trechos trincados e restauração de sub-base e base, além da recomposição de erosões nos trechos entre os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que acompanha as condições das rodovias de sua responsabilidade, por meio do Índice de Condição da Manutenção (ICM).

Fonte: G1

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