As estatísticas confirmam que são os habitantes tradicionais – indígenas, ribeirinhos, moradores de cidades do interior do Amazonas – os guardiões e os responsáveis pela preservação de um estoque de carbono equivalente a 114 milhões de árvores, as mesmas que mantém o ecossistema e o equilíbrio do meio ambiente na Amazônia, no Brasil e no mundo.
Da mesma forma, é de conhecimento geral, que são os cerca de 120 mil trabalhadores das indústrias do Estado e os aproximadamente 330 mil trabalhadores rurais, agricultores, pescadores, ribeirinhos e extrativistas de 62 municípios, que conhecem e movimentam a economia do Amazonas.
Mas, de acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM) e do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT-AM), Valdemir Santana, por várias vezes esses pólos de sustentação econômica do Estado foram agredidos por quem desconhece a realidade do Estado e das relações entre trabalhadores, sindicatos e o setor industrial, assim como, da administração do Polo Industrial de Manaus (PIM).
“Há tempo vimos pedindo respeito às nossas instituições, aos trabalhadores e aos povos originários do Amazonas, mas o que vemos são interferências nocivas ao bom desempenho das relações de trabalho e prejudiciais à nossa economia estadual”, lamenta Valdemir Santana, acrescentando que existem muitos empresários e até autoridades do Sul/Sudeste do País, querendo fazer do Amazonas uma ‘senzala’ para nomear ‘feitores’ sem nenhum conhecimento de Amazonas e das frentes administrativas do polo industrial do Estado.
Bom para os amazonenses, bom para o Amazonas
Valdemir diz que os amazonenses sabem o que é bom para o Amazonas e o Amazonas tem o que é de melhor para os amazonenses, sem a necessidade de importar “estrangeiros” do sul do Brasil. “O Amazonas deixou de ser uma província em 1850, separando-se definitivamente da província do Grão Pará, em de 5 de setembro de 1850. “Não é agora, no século XXI, que vamos aceitar virar província do Sul do Brasil”, avisa Santana.
Representantes
Conforme disse o sindicalista, o Amazonas tem representantes no Parlamento, dois senadores alinhados com os interesses econômicos do Estado, tem técnicos especializados, capacitados e conhecedor das potencialidades sustentáveis regionais, da biodiversidade e industrial e, que qualquer interferência neste processo, deveria ser feita em forma de consulta, não de imposição como está acontecendo na atualidade.
O modelo econômico Zona Franca de Manaus (ZFM), através do Distrito Industrial, continua sendo o principal vetor econômico do Estado, com os trabalhadores sendo os atores da estratégia de desenvolvimento sustentável e crescimento da economia na Região Norte. Neste sentido, é dever incontestável do Governo Federal aceitar a indicação de nomes que tenham o apoio das categorias laborais.
Cargos na administração da Suframa, assim como o setor produtivo, é estratégico para a Região Norte. “Nome com perfil técnico, capacidade de articulação política, de diálogo com as indústrias, com a classe política, com o governo estadual e federal e, além de tudo, com o apoio dos trabalhadores, é essencial para se manter a boa relação até aqui conduzida com respeito, parcerias e cooperação entre as partes. Não deixemos que o companheirismo chegue ao fim”, conclui Valdemir Santana.