Amazonino faz manobras para ‘empurrar’ o reajuste dos professores para 2019

Associação de Professores e Pedagogos de Manaus (ASPROM/Sindical) nas manifestações de rua com mais de 5 mil professores - foto: divulgação

Mesmo tendo duas entidades representantes da classe dos professores à frente do movimento grevista, ambas defendem a mesma pauta. O que muda no movimento de professores, no entanto, é o modo de fazer política e o método de agir de cada entidade.


Enquanto o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (SINTEAM) negocia no gabinete do governador e na SEDUC, a Associação de Professores e Pedagogos de Manaus (ASPROM/Sindical) vai para as manifestações de rua com mais de 5 mil professores, se mobiliza permanente nas escolas e isso requer atenção do movimento em relação à manobra do governador Amazonino Mendes.

Associação de Professores e Pedagogos de Manaus (ASPROM/Sindical) nas manifestações de rua com mais de 5 mil professores – foto: divulgação

Na avaliação dos professores, o governo ‘empurra’ para a próxima semana a negociação para evitar o reajuste ainda esse ano, já que a medida é proibida pela legislação eleitoral até seis meses antes da eleição, ou seja, 7 de abril.

Na última quarta-feira, 28, a diretoria do SINTEAM foi recebida pelo Secretário Executivo da SEDUC, Marcelo Campbell, que apresentou a categoria uma ‘ludibriante proposta’ de 4,57% de reajuste na data base de 2017 e 10% parcelados em 10 meses.

A proposta do governo sugere na prática, um aumento de R$ 74,70 para professores de carga horaria de 20h/aula; R$ 149,41 para os professores de 40 horas e R$ 224,11 para os de 60horas, ou seja, ganharia uma recomposição menor que o valor de uma cesta básica em Manaus que é de R$ 330,00.

A diretoria do SINTEAM convocou Assembléia Geral para o dia 02 de abril, segunda-feira, na praça do Congresso, as 15h30 para decidir em relação a contraposta do governo. “Dependendo do resultado da assembléia, a categoria volta ou não a trabalhar”, afirmou o Marcus Libório, presidente do SINTEAM.

SINTEAM negociando no gabinete do governador e na SEDUC – foto: divulgação

Enquanto a ASPROM/SINDICAL recusou a contraposta e convocou a Assenbleia Geral para o mesmo dia do SINTEAM, mas com a diferença que será as 8h30, em frente a sede do Governo, que insiste e não negociar com a entidade.

“A categoria não vai recuar enquanto não melhorar o percentual. Os benefícios são importantes, mas não vão para a aposentadoria. O Sinteam está negociando 4,5% de reajuste e os professores são contra, nós queremos os 35%”, afirmou Helma Sampaio, coordenadora geral da Asprom/Sindical.

A divisão do movimento grevista dos professores poderá levar a perda na batalha contra o governo. Portanto, caberá as lideranças ter maturidade politica, largar as vaidades e se unir na diversidade para a greve sair vitoriosa. Caso contrário o movimento poderá ter uma derrota acachapante, mesmo ter conseguido fazer a maior greve desde 2005.

Movimento Dividido

No Amazonas existem duas entidades representam a classe dos professores. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas – SINTEAM que tem a carta sindical e prerrogativa legal e a Associação de Professores e Pedagogos de Manaus – ASPROM/Sindical. As entidades dos professores tem mesma pauta mas métodos diferente.

Organizadores dos movimentos grevistas contabilizam 15 mil professores, em 41 municípios, 435.291 estudantes de 599 escolas impactados com a paralisação escolar.
A divisão no movimento, foi percebida pelo maquiavélico, conservador, antidemocrático, populista e demagogo Amazonino Mendes, que aproveita o direcionamento independente dado à classe dos professores para enfraquecer o movimento, ganhar tempo e empurrar ‘goela abaixo’ sua proposta.

Primeiro: o governador entrou na justiça contra a greve dos professores ligados a ASPROM, ganhando liminar favorável e proibindo a greve puxada por essa entidade e, caso desobedecesse, seria punida com multa de R$ 20 Mil por dia até o limite de R$ 400 Mil. Mesmo assim, em assembléia geral o movimento grevista decidiu pela continuidade da greve.

Segundo: o governo não reconheceu a ASPROM/Sindical como entidade representativa da categoria para negociação da pauta de reivindicação. Negociando somente com o SINTEAM, que frequenta o seu gabinete. Acontece que a ASPROM tem demonstrado maior capacidade de mobilização e força política junto aos professores, enquanto o SINTEAM vem sofrendo forte desgaste e falta de credibilidade, com séria crise de representatividade junto a sua base social.

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