Após 4 anos, Manaus ainda tem obras inacabadas

Bancos de praças estão danificados em Manaus desde de 2014 - Foto: Adneison Severiano/G1 AM

Após quatro anos da Copa do Mundo no Brasil, Manaus ainda tem obras inacabadas e projetos que não saíram do papel. Investimentos em mobilidade urbana e a construção de Centros de Atendimento ao Turista (CATs) integram as propostas para o Mundial de futebol de 2014 que ainda não foram finalizadas.


Na área de mobilidade urbana, a Prefeitura de Manaus e o Governo do Amazonas decidiram não seguir com o projeto de implantação do BRT (Bus Rapid Transit) para o Mundial. A decisão foi anunciada em outubro de 2012 sob alegação de inviabilidade gerada pelo atraso para aprovação e liberação de recursos necessários para execução das obras. O custo total era de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.

O BRT seria uma das melhorias do transporte público coletivo da capital para o mundial e seria principal modal para transportar torcedores até a Arena da Amazônia, onde os jogos foram realizados.

Apesar de ter sido retirado da matriz de responsabilidade e descartado para a Copa, o BRT seria criado após o Mundial. A escolha do BRT para Manaus foi feita dentro do Plano de Mobilidade (PlanMob) e considerado o sistema mais adequado por apresentar o menor custo em relação a outras tecnologias de transporte. O anúncio do edital estava previsto para a primeira quinzena de fevereiro deste ano – o que não aconteceu.

Segundo a Prefeitura de Manaus, o projeto para implantação do BRT já foi concluído e os detalhes serão divulgados em breve para que, a partir daí, possa ser dado seguimento aos trâmites legais para o Chamamento Público e futuro processo licitatório. O processo licitatório, o início e término das obras não tiveram os prazos divulgados.

Substituto

O sistema escolhido para substituir o BRT na Copa foi o BRS (Sistema Bus Rapid Service). Ainda em 2014, na véspera do torneio, a Prefeitura de Manaus iniciou a implantação experimental do sistema de corredores exclusivos para ônibus na capital. Desde então, a chamada Faixa Azul foi colocada em algumas das principais vias.

Entretanto, somente uma pequena parcela dos ônibus da frota circula na faixa exclusiva. Os demais não têm portas apropriadas para embarque e desembarque nas plataformas do BRS.

Atendimento ao turista

Dentre as ações da matriz de responsabilidade do mundial estava prevista reforma e qualificação do Centro de Atendimento ao Turista (CAT) da Praça Tenreiro Aranha. A estrutura seria um dos principais pontos de acolhimento aos turistas que vieram para Manaus e visitaram o Centro Histórico da cidade.
Uma reforma na Praça Tenreiro Aranha teve início somente um ano após a Copa. Porém, os serviços estão parados e a obra não foi entregue.

Complexo Turístico da Ponta Negra – Foto: Adneison Severiano/G1 AM

Quem passa pela Avenida Floriano Peixoto, no Centro de Manaus, se depara com um emaranhado de madeira e placas metálicas que isolam o canteiro de obras da Praça Tenreiro Aranha. A Prefeitura de Manaus chegou anunciar que reabriria a praça em abril deste ano. O G1 esteve no canteiro nesta semana e constatou que não havia nenhum operário realizando serviços.

A praça que deveria abrigar o CAT tem sido local de descarte de lixo. Os novos bancos instalados já estão danificados. Enquanto a obra não é concluída, comerciantes e trabalhadores convivem os transtornos de um canteiro abandonado.

A comerciante Alessandra Brandão, de 43 anos, relatou que passa todos os dias no entorno da praça para ir ao trabalho e se arrisca na passagem de pedestre ao lado dos tapumes.

“Quando chove, alaga tudo aqui ao lado, além de levar banho de água suja dos carros que passam, ainda tem o risco dessas placas de alumínio caírem sobre nós. Essa situação já faz um tempo e a obra não é concluída. No largo do outro lado da rua roubaram até os tapumes”, afirmou a comerciante.

Além da reforma e revitalização do CAT da Praça Tenreiro Aranha, a implantação de dois novos CATs (um na Ponta Negra e outro na Rodoviária de Manaus) também estava prevista na matriz de responsabilidade da Copa. O Complexo Turístico da Ponta Negra e a Rodoviária, que são alguns dos principais locais com mais circulação de visitantes em Manaus, ainda não possuem CATs.

A implantação, reforma e adequação dos CATs custariam total R$ 6,7 milhões, sendo R$ 6,5 milhões de recursos do Ministério do Turismo e restante de contrapartida da Prefeitura de Manaus. O início das obras estava previsto para setembro de 2013 e término em fevereiro de 2014. A responsabilidade de execução das obras era da Prefeitura de Manaus.

Rodoviária de Manaus -Foto: Adneison Severiano/G1 AM

De acordo com a prefeitura, a ampliação e qualificação do Centro de Atendimento ao Turista da Praça Tenreiro Aranha estão incluídas nas ações de requalificação do Centro Histórico e serão realizadas conforme cronograma de prioridades do processo. A Prefeitura não informou quanto foi gasto nesse CAT e quando entregará.

“Sobre os dois novos CATs (um na Ponta Negra e outro na Rodoviária de Manaus), a Manauscult explica que não foram utilizados os recursos disponibilizados pelo Ministério do Turismo, porque não houve tempo hábil para execução dos projetos, devido aos trâmites inerentes à atual administração pública municipal, que assumiu a Prefeitura de Manaus em 2013, no ano anterior à Copa do Mundo FIFA 2014.

Vale destacar, ainda, que houve um acordo com o Governo Estadual para que o CAT móvel da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) atendesse no CAT da Rodoviária de Manaus, uma vez que o projeto não foi executado”, justificou a prefeitura.

A prefeitura também não explicou se pretende construir os outros dois CATs (Ponta Negra e Rodoviária) que estavam com recursos assegurados.

Obras entregues

Para a Copa do Mundo de 2014, a construção da Arena da Amazônia foi concluída ainda em 2014.

Foram entregues, ainda no mesmo ano, as instalações do Porto de Manaus. Algumas áreas do porto foram reformadas pelo Departamento Nacional de Transportes (DNIT) em função dos jogos da Copa do Mundo. No Terminal de Passageiros foram instalados os órgãos públicos. A obra custou cerca de R$ 15 milhões.

O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes também foi reformado. A conclusão dos trabalhos sofreu vários atrasos e terminou com um custo adicional de R$ 73 milhões. As obras foram iniciadas em novembro de 2011 e o prazo de entrega era 2013. A primeira etapa ficou pronta na véspera do mundial de 2014. O projeto foi orçado em R$ 444,46 milhões. Em janeiro de 2015 foram concluídas as obras da segunda etapa, o escopo Pós-Copa.

Fonte: G1

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