
As fibras da bacaba, uma palmeira nativa da Amazônia, são transformadas em obras de arte na mão da artesã Neide Garrido. Ela é moradora da Comunidade do Tumbira e há 17 anos se dedica à prática do artesanato sustentável, um dos grandes pilares econômicos do local.
Dona Neide, como é conhecida na região, é irmã dos também artesãos Manoel Garrido, que transforma restos de madeira em obras de arte, e Izolena Garrido, a professora que descobriu mais de 150 tons da floresta Amazônica. Mas, diferente deles, ela se dedica ao artesanato voltado para reaproveitar fibras e sementes e transformando-as em mandalas.

A partir disso, Neide e a família começaram a produzir as peças. Logo, elas ganharam fama na comunidade e fora dela. Ao G1, a artesã contou que já enviou peças para a Alemanha e para os Estados Unidos. A fama chamou a atenção da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que a incluiu em um projeto para comercializar as peças produzidas.
“Foi crescendo a demanda e logo as pessoas vinham e queriam comprar, queriam levar algo. E isso foi nos impulsionando a inovar, a crescer vez mais?”, disse.

O crescimento dos negócios também ajudou Neide a impulsionar outros artesãos e comunidades do entorno do Tumbira. Isso porque, segundo ela, foi preciso fazer todo um trabalho de campo para encontrar as sementes que dão o tom especial às peças.
“Nem sempre temos as sementes aqui. Aí precisamos ligar, ir atrás de outros produtores, de pessoas de outras comunidades que nos ajudam e isso vai crescendo, vai impulsionando. É um trabalho de muitas mãos”.
Superação na pandemia
No entanto, a pandemia veio e afetou o ciclo econômico gerado pela produção do artesanato. Sem ter para quem vender os produtos, Neide precisou suspender as encomendas de matéria-prima. Mas, para enfrentar o distanciamento social e o tempo reclusa em casa, ela aproveitou para criar novas peças com o estoque que já tinha em mãos.

Com a melhora das coisas no estado, a artesã espera retomar o ritmo da produção. Mas, mantendo sempre a floresta em pé, o que torna o trabalho dela totalmente sustentável.
“O nosso trabalho não danifica a floresta. A gente mantém ela em pé e muito bem. É algo que a gente reaproveita o que ela nos oferece e isso que torna o nosso trabalho especial”, finalizou.
G1/Amazonas