‘Barranco da 14’ será reconhecido como Quilombo Urbano do Brasil

O' Barranco da 14', em Manaus/Foto: Robrvaldo Rocha
O' Barranco da 14', em Manaus/Foto: Robrvaldo Rocha
O’ Barranco da 14′, em Manaus/Foto: Robrvaldo Rocha

O Dia da Consciência Negra, a ser comemorado em todo o Brasil no dia 20, será celebrado na Câmara Municipal de Manaus (CMM) com uma cessão de tempo, às 10h, do dia 19 (próxima quarta-feira), de autoria do presidente da Casa Legislativa, vereador Bosco saraiva (PSDB). Na ocasião, membros da Associação do Movimento Orgulho Negro do Amazonas (Amonam) tratarão do reconhecimento do “Barranco da 14”, como o segundo quilombo urbano do Brasil. O primeiro é o de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O “Barranco da 14”, localizado na rua Duque de Caxias, bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul de Manaus, reúne 25 famílias remanescentes de escravos que migraram para a capital amazonense no século 19. Essa comunidade passou a ser reconhecida, com uma certificação da Fundação Cultural Palmares. “Depois de um longo processo no Ministério Público Federal (PMF) e na Fundação, obtivemos o certificado como remanescente de quilombo”, disse o vice-presidente da Amonam, Cássius da Silva Fonseca.


A certificação da existência das comunidades quilombolas no Amazonas, de acordo com Bosco Saraiva, é o reconhecimento da contribuição histórica desses povos para o nosso país, Estado e capital amazonense. “Esse atestado abre novos horizontes para toda a comunidade negra do Amazonas, que se torna mais visível aos olhos da sociedade, pois muita gente sequer imaginava que essa comunidade existe e ainda resistente em Manaus”, garantiu.

Ainda de acordo com Bosco, o evento serve também para exaltar e difundir a história, resgatando nas pessoas o orgulho de suas origens de resistência negra e quilombola.

O Dia da Consciência Negra, lembra Cássius, foi instituído como o dia de luta contra o racismo e preconceito. “O reconhecimento do ‘Barranco da 14’, como segundo quilombo urbano, é uma conquista de Manaus e do Estado. É o reconhecimento de que ali viveram escravos e hoje remanescentes da era quilombolas”, disse Cassius Fonseca, anunciando que nessa data será realizada uma programação especial, que inclui feijoada a partir das 12h, e shows de grupos de pagode, à noite.

Hoje, como ressaltou, a área é habitada pela quinta geração da família de Severa Fonseca, remanescente de escravos, que chegou ao Amazonas alforriada em 1890.

Apesar das comemorações do Dia da Consciência Negra, o presidente da Associação do Movimento Orgulho Negro do Amazonas destaca também a maior festa da comunidade negra em Manaus, a Festa de São Benedito, o padroeiro da comunidade, realizada sempre 40 dias após o Carnaval.

Além do ‘Barranco da 14’, outras seis áreas no Amazonas são certificadas como quilombolas: Tambor, localizada nos municípios de Barcelos e Novo Ayrão; Boa Fé, Ituquara, Tereza do Matupiri e Trindade, todas em Barreirinha.

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