Brasil: queda de renda, desemprego e juros estratosféricos(Por Osíris Silva)

Economista Osíris Silva (AM)

A realidade brasileira não condiz com o cenário que os políticos brasileiros traçam visando entronizar-se ad infinitum no poder. Não importa o custo da farra do boi debitada à sociedade, que, ao final e ao cabo é que paga a conta.
Veja-se os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Pela primeira vez em 11 anos, houve queda nos rendimentos reais do trabalhador brasileiro. A renda média passou de R$ 1.950, em 2014, para R$ 1.853, em 2015, o que representa uma redução de 5%.


Com queda nos salários dos mais pobres e também dos mais ricos, o índice que mede a desigualdade foi o menor da série histórica. As famílias brasileiras saíram de 2015 com uma renda inferior a de 2014.  A renda média mensal domiciliar caiu 7,5% no ano passado, para R$ 3.186, exatos R$ 257 menor do que o do ano anterior.

Economista Osíris Silva (AM)
Economista Osíris Silva (AM)

Mesmo para quem estava empregado ou trabalhando por conta própria, os ganhos foram menores.
A perda de rendimentos ocorreu em todas as regiões do Brasil e em 22 das 27 unidades da federação. As exceções foram Rio Grande do Norte, Paraíba, Tocantins, Roraima e no Paraná.

Segundo o IBGE, o rendimento médio mensal do trabalhador por região e sua variação no ano apresentou o seguinte comportamento detectado pela PNAD:

Norte: R$ 1.453 (-7,2%)
Nordeste: R$ 1.223 (-5,6%)
Sudeste: R$ 2.117 (-5,4%)
Centro-Oeste: R$ 2.284 (-3,5%)
Sul: R$ 2.079 (-3,3%)

Ninguém escapa à crise. Toda a sociedade brasileira, não importa região, vem pagando preço elevado pelo mar de corrupção e a incúria de gestão governamental herdada dos governos do PT, que, em 13 nos conseguiram desmoralizar o país e seu povo, espalhando desesperança e medo do presente e do  futuro.

Segundo a PNAD, ricos e pobres perderam igual. A situação do país continua crítica. O desemprego mantém-se acima de 12 milhões, o Produto Interno Bruto (PIB) em queda não oferece perspectivas de alivio do processo de recessão econômica que se prolonga há mais de dois anos seguidos.

Impulsionado pelo aumento do desemprego, a inadimplência do consumidor alcança níveis recordes. Neste ano de 2016 já são 59 milhões de pessoas com contas em atraso desde o início do ano, segundo o Serasa Experian.

A agência aponta um aumento de quase 5 milhões de pessoas, ou 9,1 %, em relação a janeiro do ano passado, no número de indivíduos com atraso de pelo menos 60 dias em algum compromisso financeiro.

Em volume financeiro, as dívidas em atraso, que incluem as financeiras como cartões de crédito, além de prestações de compras no comércio e mensalidades de serviços públicos (luz’, água, telefone) chegam a 255 bilhões de reais.
 
Juros cartão de crédito/cheque especial

A situação da economia brasileira é tão grave que os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cheque especial para pessoas físicas atingiram, em outubro passado, 328,9% ao ano. A maior taxa desde o início da série histórica, em julho de 1994.

Quanto aos juros médios cobrados pelos bancos no cartão de crédito rotativo chegaram, também em outubro passado, a 475,8% ao ano, aproximando-se de 500% ao ano. No acumulado de 2016, os juros do cartão de crédito rotativo subiram 44,4 pontos percentuais.

Estas taxas, contudo, são médias. Na realidade concreta do mercado, segundo a revista norte-americana Forbes, enquanto nos Estados Unidos o consumidor paga taxa anual da ordem de 22,9%, fichinha em comparação com o que cobram, no Brasil, o cartão de crédito do Carrefour (654%), da Cetelem (657,14%), do banco Topázio (666,73%) e da Omni Financeira (696,13%).

Uma verdadeira calamidade, quando se sabe que nos Estados Unidos e na Europa os juros chegam a ser até negativos, dependendo da situação.(Osíris Silva é Economista, Consultor de Empresas e Escritor)

Artigo anteriorMoto Honda adaptou-se as necessidades do Amazonas e do Pais, afirma José Melo
Próximo artigoAos 90 anos morre Fidel Castro, ex-presidente de Cuba

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui