Campeão do TUF 1, Diego Sanchez é demitido às vésperas de última luta

Foto: Reprodução

Uma lenda do MMA, parte integral da ascensão do UFC, deu adeus à organização pela porta dos fundos nesta semana. O americano Diego Sanchez, campeão da primeira temporada do reality show The Ultimate Fighter e ex-desafiante número 1, foi demitido pela companhia durante a semana, cerca de 10 dias antes do que seria sua luta de aposentadoria contra Donald Cerrone em 8 de maio, próximo sábado, em Las Vegas.


O combate contra Cerrone seria o coevento principal do card do dia 8 de maio, que terá Marina Rodriguez x Michelle Waterson em destaque. Contudo, a luta foi cancelada na última terça-feira, e a organização confirmou subsequentemente que liberou Sanchez, mas pagou sua bolsa integral para a luta, incluindo bônus de vitória e cota de patrocínio do fornecedor de material esportivo.

Foi o próprio Diego Sanchez quem noticiou sua demissão. Nas redes sociais, o veterano escreveu que estava “enfim livre” e marcou as organizações Bellator, Bare Knuckle Fighting Championship e ONE Championship, dizendo estar disposto a fazer negócios. Em entrevista ao site “Yahoo Sports”, ele disse que estava ansioso para seguir sua carreira numa “organização de verdade que não trata (os lutadores) como marionetes”.

Foi Sanchez também quem divulgou uma gravação em áudio de uma ligação recente entre seu treinador, Joshua Fabia, e o executivo-chefe do UFC, Hunter Campbell, que teria detonado sua demissão. Na conversa, Fabia requisita ao dirigente o histórico médico completo de seu atleta, o que deixa Campbell preocupado quanto à capacidade de Sanchez de seguir lutando profissionalmente.

“A citação direta que recebi foi, você disse que “efeitos a longo prazo de Diego ser lutador de MMA” são a base para seu pedido. Então falei sobre isso com Mark Hunt e a realidade é esta: se você está preocupado ou ele está preocupado que ele está tendo efeitos negativos, então não vamos escalá-lo, vou cancelar a luta agora e vamos liberá-lo, e ele pode fazer o que quiser da vida, porque não vou colocar alguém no cage que não se sinta 100% ou ache que está sofrendo de questões médicas”, diz Campbell.

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Num e-mail enviado por Campbell ao advogado de Sanchez, ele afirma que o UFC vai pagar ao lutador a bolsa de US$ 155 mil, o bônus de vitória de US$ 35 mil e a cota de patrocínio de US$ 21 mil, um total de US$ 211 mil (R$ 1,1 milhão), mas que não arriscaria “promover uma luta com um lutador que não pode representar que não está sofrendo alguma questão médica a curto ou longo prazo”. Ele também se dispõe a arranjar uma consulta num renomado centro de saúde neurológica em Las Vegas que tem parceria com o Ultimate para estudos sobre os efeitos da luta nos cérebros dos atletas a longo prazo.

Diego Sanchez, 39, é o quinto lutador com mais lutas na história do UFC, com 32, empatado com Demian Maia. Ele começou sua carreira no MMA em 2002 e tinha 11 vitórias em 11 lutas antes de ser chamado para participar do primeiro The Ultimate Fighter (TUF), em 2005. O reality show, considerado a “última cartada” do UFC para “sair do buraco”, foi um sucesso e deslanchou a ascensão da companhia ao topo do mercado. Sanchez foi o primeiro campeão coroado, ao vencer Kenny Florian na final do torneio peso-médio daquela edição (Forrest Griffin venceu o torneio no peso-meio-pesado).

Desde então, Sanchez tem sido um dos lutadores favoritos dos fãs do UFC. O “Pesadelo” é celebrado tanto por seu estilo de luta de entrega total, que o ajudou a receber sete bônus de Luta da Noite e um de Performance da Noite, quanto por suas excentricidades fora do octógono, como suas entradas ao cage gritando repetidamente “Sim! Sim!”. Nesses 16 anos na companhia, foram 19 vitórias e 13 derrotas, que incluíram apresentações em quatro divisões de peso (médio, meio-médio, leve e pena) e uma disputa de cinturão nos leves, que perdeu contra BJ Penn.

Após deixar a renomada academia Jackson Wink, onde treinou pela maior parte de sua carreira, Diego Sanchez se associou a Joshua Fabia, um desconhecido no mundo do MMA cujos métodos inusitados de treinamento atraíram críticas, gozações e preocupação tanto de fãs quanto de lutadores e especialistas. Um desses métodos incluía correr atrás de seus alunos no octógono empunhando uma faca.

Sob sua tutela, Sanchez perdeu duas de suas últimas três lutas, sendo que sua vitória sobre Michel Pereira foi por desclassificação devido a um golpe ilegal, num combate que o brasileiro estava vencendo. O lutador americano passou a entrar em conflito constante com o UFC e reclamou em entrevistas recentes que não conseguia mais contatar Dana White, presidente do evento, para marcar uma reunião particular. Fabia também reclamou múltiplas vezes sobre o tratamento que recebe publicamente; esta semana, Sanchez divulgou vídeos em que o treinador confronta os comentaristas do UFC sobre como se referiam a ele nas transmissões. Tudo culminou no fim de seu contrato com a companhia esta semana.

Fonte: G1

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