‘Capitã Cloroquina’ confessa ao MP que foi a Manaus para difundir remédio

Secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro - foto: reprodução/divulgação

Conhecida como “Capitã Cloroquina”, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confessou ao Ministério Público Federal (MPF)  ter sido a responsável pelo planejamento e organização de viagem a Manaus para difundir o uso de remédios sem eficácia científica comprovada contra a Covid-19.


A visita de médicos e técnicos comandados pela ‘Capitã Cloroquina’ aconteceu dias antes de o sistema de saúde amazonense entrar em colapso, no mês de janeiro. A informação foi publicada pelo jornal O Globo. 

“Todas as atividades que foram demandadas inicialmente foram feitas por mim porque foi delegada essa competência pelo ministro da Saúde (Eduardo Pazuello). Nós fizemos uma série de ações que foram planejadas inicialmente por mim. Uma delas foi de levar os médicos voluntários (às unidades de saúde)”, disse ela ao Ministério Público no Amazonas.

Além do MPF-AM, a CPI da Covid, no Senado, apura a promoção de medicamentos sem eficácia e as ações do Ministério da Saúde antes e durante o colapso em Manaus. Um requerimento pediu a convocação de Mayra para testemunha na CPI da Covid.

Nessa quarta-feira (5), o ex-ministro Nelson Teich disse na Comissão Parlamentar de Inquérito que membros do governo Jair Bolsonaro faziam lobby pelo uso da cloroquina contra a Covid-19.

Mayra Pinheiro (Capitã Cloroquina) defende tratamento com hidroxicloroquina – foto: recorte/divulgação

Mayra é uma das seis pessoas que respondem a uma ação por improbidade administrativa movida pelo MPF-AM por conta da ação dos governos estadual e federal durante a crise no sistema de saúde do estado. Também são alvos da ação o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o ex-secretário-executivo da pasta Élcio Franco, entre outros.

Colapso na capital amazonense

Documentos públicos apontaram que Pazuello sabia do cenário crítico sobre o sistema de saúde em Manaus oito meses antes de ser constatada a falta de oxigênio em hospitais da capital.

A Advocacia-Geral da União (AGU) também havia informado ao Supremo Tribunal Federal que o governo federal sabia do iminente colapso do sistema de saúde no Amazonas 10 dias antes da crise.

Em outra manifestação, o procurador da República Igor Spindo disse que a causa principal para que o oxigênio faltasse para pacientes de coronavírus em Manaus na última semana foi a interrupção do transporte deste insumo pela Força Aérea Brasileira (FAB).

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