Casal brasileiro está de quarentena dentro de uma Kombi na Colômbia

Manoela e Rodrigo viajavam pela América do Sul - Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Manoela Petry e Rodrigo Arnhold, ambos com 26 anos, cumprem quarentena desde o dia 25 de março confinados em uma Kombi na cidade de Medellín, na Colômbia. O veículo está estacionado, sem permissão de deslocamento, em uma praça do bairro La Floresta, região central da cidade. O casal tem viajado pelos países da América do Sul desde maio do 2019, quando deixou o município de Montenegro, região do Vale do Caí, no Rio Grande do Sul.


”Ingressamos em território colombiano no dia 4 de março pelo passo entre Tulcán, no Equador, e Ipiales. Na Colômbia, na fronteira já se falava muito sobre a pandemia de coronavírus. Tinha barraca da Cruz Vermelha, postos do Ministério da Saúde, pessoas com luvas e máscaras. Mas depois, nas outras cidades pelas quais passamos, tudo parecia tranquilo, não havia aquele pânico da população”, conta Manoela. “Tanto que, chegando em Medellín, tivemos alguns dias para conhecer a cidade antes de o país anunciar o fechamento das fronteiras”.

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

O presidente da Colômbia, Iván Duque, fechou o país no dia 17 de março. A medida é válida até 30 de maio e tem como objetivo impedir a disseminação do novo coronavírus. Além dos controles nas fronteiras, ordenou o fechamento de bares e discotecas e criou um sistema de denúncia contra os que violam as medidas contra a pandemia. A quarentena obrigatória foi decretada em 25 de março e se estende oficialmente até 13 de abril.

“O governo colombiano não descarta que ela seja prorrogada até o dia 30 de abril. Até lá, vamos nos virando, fazendo o que dá para fazer dentro dos limites”, diz Rodrigo. “Podemos sair da Kombi apenas para ir ao supermercado mais próximo para comprar alimentos ou à farmácia. E só pode um pode vez, então estamos nos revezando”.

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

O casal conta que, logo na chegada ao bairro onde estão estacionados, foram muito hostilizados pela comunidade. Em uma das ocasiões, um senhor chegou a culpá-los por trazer o coronavírus ao país. ”Ele passou gritando que éramos os responsáveis”, lembra Manoela.

“Outras moradores também nos ofendiam e ameaçavam chamar a imigração para nos mandar embora”,

Foram três dias de ofensas “presos” à Kombi. “Depois, as pessoas perceberam que não tínhamos culpa de nada”, diz a jornalista. “Agora, a comunidade está mais receptiva. Muitos oferecem água e perguntam se precisamos de algo mais”.

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Nos limites da Kombi

A rotina de quem cumpre a quarentena dentro de uma Kombi não é fácil, garante o casal. Para driblar a monotonia do isolamento em pouco espaço, a dupla cozinha, faz yoga, pula corda na calçada, lê e se entretém com jogos no celular e filmes.

”Fizemos tudo isso para passar o tempo, afinal, ficamos em média 20 horas no veículo”, diz Rodrigo”.

Não podemos nos distanciar muito da Kombi, além disso, o policiamento é ostensivo. Eles multam, mesmo, quem desobedece ao decreto”

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

“Para tomar banho e fazer as necessidades, temos autorização para usar o banheiro do supermercado próximo à praça”, conta o técnico em edificações. A rotina também é seguida pelos ”vizinhos” do casal, um grupo de chilenos e argentinos na mesma situação.

Em nota divulgada na última sexta-feira (03), o Ministério das Relações Exteriores afirmou que ”a Embaixada em Bogotá informou que foi oferecido ao casal a possibilidade de retorno ao Brasil por via aérea, em avião que pode ser fretado especificamente para a repatriação dos brasileiros. O casal decidiu não abandonar seu veículo e esperar a reabertura das fronteiras terrestres e do trânsito interestadual na Colômbia para retornar ao país”.

Fonte: UOL

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