Challenge Amazônia reúne 1.500 atletas na Ponta Negra, com o domínio paulistas

A largada emocionante da prova/Foto: Mauro Neto

Nas primeiras horas da manhã de ontem, domingo (20), a Ponta Negra foi tomada por um dos maiores eventos de triathlon do mundo, o Challenge Amazônia, pela primeira vez realizado em Manaus, com inteiro dominio de dois representantes de São Paulo, Iuri Vinuto e Luisa De Baptista, que faturaram a primeira colocação da Elite masculina e feminina, respectivamente.
Pela Elite Masculina, a disputa foi acirrada. Fernando Toldi foi o primeiro a sair da água, ao completar os 1.900 metros de natação e disparou nos 90 km de bike na Ponte Rio Negro (AM-070). Porém, durante o percurso de 21 km de corrida, abriu brecha para Iuri Vinuto, que não desperdiçou e “voou” na pista do complexo da Ponta Negra. O representante do SESI-SP , inaugurou a linha de chegada com o tempo de 3h54m27seg e comemorou o título inédito.


“Foi uma prova bastante difícil, pois o calor estava bem forte, mas o segredo para esta virada foi economizar energia e fazer bem a última prova. Foi isso que fiz e nos dois primeiros quilômetros de corrida, consegui ultrapassar o Fernando e chegar em primeiro. Já participei duas vezes do Challenge (em Florianópolis), mas esta foi a primeira vez que ganhei. Ou seja, posso dizer que competir em Manaus me deu sorte”, disse o triatleta, 23, que iniciou na modalidade aos 12 anos através de um projeto social realizado em Fortaleza.

Se na categoria principal a disputa foi no “sufoco”, na Elite Feminina Luisa De Baptista ganhou com folga. Isso porque, a também representante do SESI-SP saiu na frente na natação e conseguiu manter do início ao fim a liderança, faturando o lugar mais alto do pódio depois de cravar 4h23m00seg.

“Alguns atletas sentiram muito calor e tiveram dificuldades na prova, mas comigo foi ao contrário. Fiz uma prova em Manaus pelo sprint (Copa Pan-Americana) em 2013, já conhecia o clima, e sei que hoje São Pedro foi generoso com esse tempo nublado. Sem sentir tanto a umidade, consegui sair na frente e não tive problemas em terminar. Estou muito feliz com a primeira colocação e é sempre bom retornar para esta cidade”, disse a atleta de 21 anos, que também é a 3ª sargento do Exército Brasileiro e faz parte do quadro dos Jogos Mundiais Militares, que acontecem de dois em dois anos (o último foi em 2015).

“Tenho uma rotina bastante puxada por fazer parte do Exército, mas me orgulho muito disso. Sempre tive muito foco e se algo deve ser feito, que seja bem feito. Por isso, junto com o Eduardo Braz e o Miguel Júnior (técnicos), treino de domingo a domingo, fazendo de dois a três períodos por dia”,  contou a  jovem triatleta  e promessa para os Jogos Olímpicos de 2020.

Para o titular da Sejel, Fabrício Lima, Manaus mais uma vez provou que é capaz de receber grandes eventos e se credenciou para as próximas edições. “O Challenge sozinho já é uma grande competição, mas nós conseguimos fazer mais. Unimos uma corrida e uma caminhada a esta grande prova e fizemos dela um evento maravilhoso, que reuniu atletas de todas as classes e técnicas, somando uma média de 1.500 atletas. Foi diversificado, encantou quem estava participando e o público em geral. Com o bom desempenho, recebi a notícia que temos chances de receber mais uma edição e ficamos honrados pela confiança”, comentou.

O presidente da Federação de Triatlhon do Amazonas, Antonio Neto, explicou que a premiação do Challenge foi de R$ 25 mil dólares no total, divididos para os dez primeiros colocados.  “Presenciamos hoje aqui os melhores triatletas do nosso Brasil em ação. Foi bonito de ver  este intercâmbio, que é importante para os atletas locais, que tem a chance de aprender e a evoluir com os grandes feras da modalidade”, complementou.

Amazonenses no pódio

Se os paulistas figuraram na Elite, os amazonenses brilharam na categoria Revezamento. A equipe Pitrunners, formada por Jean Pereira, Antonio José Benvenuto e Elidalva de Jesus, terminaram a prova em 4h07m42seg e fizeram jus a terrinha baré.

“O Antonio e a Elivalda  estavam se preparando durante um mês e precisavam de uma pessoa para correr e finalizar a prova. Há 15 dias, eles me ligaram e aceitei o convite de participar do Challenge. Estou feliz por ter colaborado com a conquista e emocionado por ser aplaudido pelos meus filhos que estão aqui, o Igor (18 anos) e a Karoline (11anos) . A menina, inclusive, já segue os meus passos”, vibrou o gari corredor, que em 2016 completa 21 anos de atletismo.

Única representante do Estado na categoria Elite, Jéssica Santos finalizou a prova em 5h15m59seg e ficou com a quinta colocação. “Eu senti cãibra em alguns momentos e a falta de músculos atrapalhou o meu desenvolvimento, pois esta é uma prova que requer bastante força. Eu sabia que iria ser muito difícil, mas estou feliz por ter completado a prova e parabenizo a Luisa”, comentou.

Run 5k

Simultaneamente ao Challenge Amazônia, ocorreu neste domingo a Run 5K, com largada às 7h, no Anfiteatro da Ponta Negra. Ao todo, 1 mil pessoas participaram da prova e dois corredores se destacaram na multidão: Juliana Gusmão (19m58seg) e Damião da Silva (15m59seg), este último de Manacapuru.

Há um mês afastada das corridas e treinos, devido uma lesão no pé esquerdo, Juliana voltou com todo gás para as competições e quer fazer de 2015 um ano de vitórias. “O meu técnico é o uruguaio Gustavo Nicolas, que também é meu marido. Por isso, sou bastante cobrada, mas não acho ruim. Pelo contrário, a superação faz parte de toda a minha história e se Deus quiser vou ter muito que comemorar neste ano. São 12 anos correndo e não quero parar tão cedo”, disse a atleta, abraçada ao filho Cristian, de 4 anos.

“Cromossomo do Amor”

No dia 21 de março é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down e para iniciar as celebrações pela data, o Challenge Amazônia também contou com uma caminhada intitulada “Cromossomo do Amor”. Ao todo, 40 pessoas se juntaram ao ato.

“Hoje a gente está aqui com as nossas crianças representando uma população de quase 100 mil pessoas em Manaus, que tema síndrome de down. É uma felicidade muito grande poder trazer nossos filhos e mostrar como o esporte é essencial para o desenvolvimento deles”, destacou o presidente da Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas (Apadam), Omar Santos, ao lado de sua filha Stephanie, de 15 anos, portadora da síndrome.

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