Corinthians x Ponte Preta : ´Vamos jogar pela honra´, diz Kleina

Itaquerão espera a primeira decisão corintiana/Foto: Divulgação

Os jogadores do Corinthians vão entrar em campo para a decisão do Campeonato Paulista ansiosos para que os 90 minutos passem rapidamente, sem risco nem surpresas. Querem administrar a vantagem de 3 a 0 obtida na primeira partida e festejar um título que muitos duvidavam que o time seria capaz de ganhar.


E, desta vez, com o gosto especial de ser em casa, em Itaquera, diante de sua gente, 40 anos depois da conquista sobre essa mesma Ponte Preta, ocorrida no Morumbi, ou seja, do outro lado da cidade. Para estragar a volta olímpica agendada há uma semana, a Ponte precisa de quatro gols de diferença – ou três, e depois levar nos pênaltis. O técnico Gilson Kleina usou a expressão “jogar pela honra” para definir os últimos suspiros da equipe.

Várias razões justificam a falta de confiança. O Corinthians tem a melhor defesa do torneio e nunca perdeu para a Ponte em casa (quatro vitórias). O time de Campinas chegou à final superando Santos e Palmeiras e segurando a vantagem fora de casa. Hoje, terá de ter outra cara para triunfar, difícil para um esquema calçado no contragolpe.

Itaquerão espera a primeira decisão corintiana/Foto: Divulgação

A diretoria do Corinthians prepara homenagens para os campeões de 40 anos atrás, que encerraram o jejum de títulos na mítica decisão diante da Ponte no Paulistão de 1977. Os jogadores devem exibir os nomes dos heróis da conquista em suas camisas. O clube não confirma, sob a alegação de que se trata de uma surpresa. “Para não criar falsa expectativa se algo não der certo, prefiro não revelar as ações”, disse Vinicius Azevedo, gerente de marketing.

O departamento queria promover um jogo festivo com veteranos de 1977, mas não conseguiu mobilizar os ex-atletas da Ponte Preta. As lembranças em relação à data são vistas com desconforto em Campinas.

A exibição de um “bandeirão” – financiado pela Nike, fornecedora de material esportivo – nas arquibancadas está confirmada. Projetado para ocupar os dois andares do setor Leste do estádio, o mais visível nas transmissões de tevê, a bandeira gigante vai exibir o “Fé alvinegra”. Deve ser o ápice dos festejos para as arquibancadas, que estarão em festa desde o início do jogo. Depois dos 3 a 0 na ida, a torcida precisou de 45 minutos para esgotar os ingressos.

DESAFIO

Durante a semana, o grande desafio do técnico Fábio Carille foi evitar o clima do “já ganhou”. Manteve a rotina de treinos fortes, fez experiências táticas para substituir Rodriguinho e Gabriel, suspensos pelo terceiro cartão amarelo, e só divulgou ontem que Cássio seria o capitão, dentro do esquema de revezamento de líderes que incorporou da filosofia do técnico Tite, seu principal mentor. Hoje, o treinador espera uma partida parecida com a de domingo passado.

“É uma equipe que joga em cima de erro, joga em cima de contra-ataque. Para um jogo só fazer tantas mudanças, pode ser um risco, espero a Ponte Preta do mesmo jeito”, afirma.

Paulo Roberto será escalado no lugar Gabriel. Na vaga de Rodriguinho, autor de dois gols e uma assistência em Campinas, o técnico optou por Camacho.

Quando Carille diz que espera a Ponte do mesmo jeito, ele quer dizer que o rival vai continuar confiando nos contragolpes. Gilson Kleina vai apostar, mais do que nunca, no trio de ataque formado por Lucca, Clayson e William Pottker. O trio vai pressionar o Corinthians, desde os zagueiros, para roubar a bola e surpreender.

Pottker, artilheiro do Paulista, faz sua despedida. Depois de quase acertar sua ida para o próprio rival de hoje, o atacante assinou com o Inter e vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro. “Acho que vou deixar boas lembranças. Tive uma boa passagem”, defende o jogador.

O retrospecto é amplamente favorável aos corintianos, mas a Ponte vai buscar forças e motivação em uma exceção histórica. Em 143 partidas entre os clubes, só conseguiu o triunfo por quatro gols uma vez. Foi exatamente em 1977. No dia 13 de fevereiro, a Ponte arrasou o Corinthians. Ruy Rey, Dicá, Jair Picerni e Parraga fizeram os gols que deram à equipe campineira sua maior vitória diante do time do Parque São Jorge. Mas o confronto aconteceu no Moisés Lucarelli, casa da Ponte. Fora de seu território, nunca fez quatro gols no Corinthians. Nunca.

A confirmação do título representa uma vitória pessoal de Fábio Carille, desacreditado no início da temporada e que só foi efetivado depois que o Corinthians não conseguiu contratar o colombiano Reinaldo Rueda. Discípulo declarado de Tite, ele confessou que não esperava chegar tão rapidamente a um time grande. “É um sonho, tem hora que a gente pensa em tudo o que está acontecendo tão rápido, em cima de tanta desconfiança. É de emocionar.” (O Estadão)

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