Da Pediatria à Psicanálise(Por Max Diniz Cruzeiro)

Max Diniz Cruzeiro(DF)

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Winnicott observa o indivíduo a partir das interações que este promove com outros indivíduos em sua volta. O autor observa também a importância das fantasias que enriquecem e complicam as relações entre as pessoas por uma ótica holística proveniente de um contato consciente ou inconsciente.
A fantasia é um importante constituinte psíquico e para a origem da experiência instintiva, por esta razão frisa o autor o relevante interesse das últimas décadas. Ela age de forma bastante expressiva sobre a organização interna.

A fantasia abre portas para compreender as relações internas através das experiências pulsionais do indivíduo. Sobre a fantasia, em que os estudos foram embasados dentro de uma visão de adaptação da observação de pacientes propensos à depressão e a hipocondria, podem-se observar níveis de alteração de transferência para o encontro de elementos primitivos que agreguem valor de ordenação interna.

A ambivalência, por exemplo, pode ter distintas relações com princípios depressivos e requer do analista um olhar diferenciado para cada situação. A fantasia afetam ambas as situações de forma totalmente diferenciada.

O analista deve ater à realida Diniz Cruzeiro)de de seu paciente e se ausentar de sentir a dor ou o amor motivo da intencionalidade do paciente de buscar auxílio em sua jornada pelo alcance de sua maturidade de sua consciência e se livrar de suas aflições. Senão corre o risco de tecer realces impeditivos cujo princípio da identificação afetaria o desenvolvimento do paciente e do analista.

A regressão do indivíduo ao buscar na fantasia seu ponto de apoio para sua significação surge como uma fuga das dificuldades em que a percepção e sintonia de sua especificidade são adquiridas a partir das fases iniciais da infância a repercutir na fase adulta o desenvolvimento emocional primitivo. O problema tanto para o analista quanto para o paciente é que a identificação da essência da fantasia faça transmitir a perseguição ao estado depressivo por razões distintas em que o analista se torna objeto de si mesmo na introspeção do que a sequências de fatos também é identificável em sua existência.

Ao analisar a infância Winnicott observou que bebês até os 6 meses de idade se preocupam basicamente com sua manutenção e total inexpressão com outros seres. A partir desta idade passam a se interessar pelo mundo a sua volta e a requerer certa identidade com a mãe e objetos que possa segurar e arremessar.

Para Winnicott “Não há um paralelo exato entre habilidade e desejo e sabemos que muitos avanços físicos, tais como a habilidade de andar é frequentemente sustada até que o desenvolvimento emocional permita o surgimento da conquista física.” É importante notar que a fase que retira o bebê de sua condição passiva absoluta para uma fase relacional estabelece-se um vínculo muito importante em sua escala evolutiva para a constituição de seu desenvolvimento primitivo.

Winnicott se preocupa com as questões que precedem a etapa anterior do bebê aos 6 meses de idade, existiria a presença de saltos evolutivos considerar aspectos do emocional presentes em idade anterior ao fato da percepção relacional do bebê?

Sobre os bebês existem três grandes processos distintos: integração, personalização e apreciação do tempo e do espaço.

Na integração surge um processo de fusão de partes em que o ciclo de desenvolvimento do bebê vai intensificando sua percepção de si mesmo até perceber-se como um ser uno em sua constituição corpórea.

Na personalização elementos emocionais incorporam às suas necessidades de vida. Razão de criação de sua individualidade como uma criatura autômata.

E na apreciação do tempo e do espaço o indivíduo estabelece um vínculo ao se firmar em termos de localidade e passa a filtrar aspectos temporais em torno das ações que são realizadas ao longo de sua vida.

Durante a formação destes três processos é comum o aparecimento de outras figuras imagináveis sobre a percepção imaginativa da criança que trabalha com seu aspecto de não solidão a receber um apoio quando mais precisa; porque ela canaliza a percepção ao estar sozinha em breves espaços de tempo. Em seu imaginário de sua vida ela se percebe em um assessoramento constante e por esta questão ela é incapaz de se visualizar sozinha num contexto material. Então ela cria um objeto que faça parte de seu senso de segurança no contexto que ela está inserida quando não existem outros seres a sua volta. Este mecanismo de busca de relacionamento faz com que o bebê anseie por encontrar algo que transfira a percepção do apoio para aquietar sua mente. Quando não consegue se satisfizer ele lança mão do choro para ser localizado por quem poderá lhe desencadear um auxílio vital. A continuidade deste mecanismo de fantasia ao formar o imaginário cristaliza nas fases seguintes o amigo imaginário ao qual a criança de identifica, se sente segura e fixar sobre o ambiente de forma harmônica.

A dissociação surge no bebê como uma ferramenta ambígua que aponta para duas direções: a incorporação de atributos através da integração e em seu sentido oposto a regressão ao estado primitivo ao canalizar desfazendo relações antes constituídas.

Winnicott afirma que a fantasia é mais primitiva que a realidade. A adaptação à realidade ascende mecanismos como: ilusão, aniquilação, ideias predatórias, ideais de incorporação, alucinações e tolerância.

Existe também um processo de retaliação primitiva em que uma situação ambivalente prevalece do choque de entendimento do que de deseja e o que a realidade do ambiente propõe para abastecer a identidade do indivíduo bebê.

Os objetos transicionais e fenômenos transicionais é uma área que designa uma fase intermediária entre a parte direta do corpo do bebê e a sua realidade externa.

Como o tempo os objetos transacionais perdem seu sentido porque sua significação não já é mais resgatada, pelo objeto se tornar um ente difuso dentre realidade psíquica interna e o mundo externo.

A introjecção do simbolismo sobre o objeto transicional fornece a estrutura de rompimento entre a porção objetiva e subjetiva do bebê na transcrição entre realidade e fantasia.

O objeto transicional se estabelece em uma relação da formação do objeto interno com um objeto externo, no eixo derivado entre a representação da realidade e da fantasia em que um arcabouço forte do mecanismo de ilusão e desilusão esteja presente o alcance do objeto na cristalização do imaginário.

Ana Freud abrilhantou o mundo moderno com a preocupação materna primária que está além do vínculo inicial da criança no peito de sua mãe que está além de ser uma relação simbiótica e um equilíbrio homeostático entre as duas partes. Aonde vem a se configurar os primórdios da necessidade e do desejo na constituição inicial do bebê?

As preocupações maternas primárias em que fala Winnicott constituem uma alteração semântica e sensorial que afeta o equilíbrio homeostático materno do sentido de identificação com os processos conceptivos que fazem aproximar o pensamento materno das necessidades de entrega e dedicação para a chegada e manutenção da vida saudável do bebê.(Max Diniz Cruzeiro – nerocirurgião clínico)

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