Defesa de Alejandro pede o fim de sigilo no Caso Flávio para combater ‘fake news’

Os advogados de defesa de Alejandro Valeiko pediram, na última quarta-feira(27), a quebra de sigilo do processo que está tramitando em segredo de Justiça. O objetivo é tornar as informações acessíveis ao público para evitar as “fake news” que tem se espalhado sobre o “Caso Flávio”.


O inquérito policial, elaborado pelo delegado Paulo Martins e pela delegada Marília Pimenta, foi encaminhado ao Ministério Público na terça-feira (26). Dos seis presos, apenas Mayc Vinícius Teixeira Parede (autor confesso), o policial militar Elizeu da Paz de Souza, Alejandro Valeiko e Vittorio Del Gatto foram indiciados. Já Elielton Magno e Edvandro Júnior, o ‘Júnior Gordo’ foram liberados. Paola Valeiko foi indiciada por obstrução da Justiça.

De acordo com um dos advogados de defesa, Yuri Dantas, o afastamento do sigilo processual “evita abusos, notícias sensacionalistas e mentiras” que estão sendo relatadas sobre o caso. Para ele, houve um vazamento seletivo de informações que afeta a percepção da sociedade sobre o que está acontecendo, sobretudo quando tem o objetivo de criminalizar uma situação.

“A imprensa teve acesso, porque disse isso abertamente, a vários elementos de convicção, laudos periciais, conclusões da política técnica a respeito do que acontece isso nem sequer estava documentado no inquérito. Muita dessas informações, quando os laudos vieram para o inquérito, se mostraram absolutamente falsas. […] Disseram que o barro no sapato do Alejandro era o mesmo do lugar onde o corpo foi encontrado e a perícia descartou, havia informação de que o sangue dentro casa era do Flávio e o sangue e é totalmente do Alejandro, que condiz com as coronhadas que ele levou. Informações falsas e informações obtidas antes mesmo da defesa, distorcidas, foram usadas para moldar a percepção do povo de Manaus em desfavor de Alejandro”.

Já Felix Valois, que também compõe a defesa de Alejandro, destacou que o inquérito concluiu que Alejandro foi omisso, ou seja, não fez absolutamente nada no que diz respeito a morte do Flávio. Entretando, a polícia foi equivocada em induzir a sociedade e a própria imprensa de que a omissão de Valeiko teve relevância no homicídio do engenheiro.

“Quando o Código Penal trata da omissão penalmente relevante, ele diz que a omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem? Primeiro, tenha por lei de cuidado, proteção e vigilância. Segundo, [aceitar] a responsabilidade de assumir o resultado e por último com seu comportamento anterior, criar risco da ocorrência do resultado. Ora, o Alejandro não fez absolutamente nada para criar o ambiente em que se deu a morte do Flávio”, declarou.

Prisão é política, diz advogado

Valois ressaltou ainda que a defesa espera que o Ministério Público não denuncie Alejandro porque, tecnicamente, a vinculação dele a morte de Flávio é uma tolice jurídica. Além disso, o inquérito não teria chegado a essa conclusão se o Alejandro não fosse enteado do prefeito de Manaus, Arthur Neto.

“Só por isso, ele está sofrendo essa perseguição. O que me leva a achar que está no momento da Justiça encerrar definitivamente esse tipo de comportamento, que acaba transformando uma prisão descnecessária em uma prisão política”.

Mesmo com o relatório afirmando que Alejandro não teve envolvimento direto na morte de Flávio, a Polícia Civil pediu que a prisão temporária fosse convertida em preventiva pela Justiça.

Artigo anteriorMesmo envolvido em escândalos, Jonas Castro assume a prefeitura de P. Figueiredo
Próximo artigoPopulação de Manaus ganha mais uma árvore de Natal

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui