Democratas terá plataforma ‘mais progressista de sua história’, diz Sanders

Bernie Sanders discursa na convenção os Democratas/Foto: Reuters
Bernie Sanders discursa na convenção os Democratas/Foto: Reuters
                    Bernie Sanders discursa na convenção os Democratas/Foto: Reuters

O senador americano Bernie Sanders garantiu a seus seguidores que, graças à sua mobilização nas prévias eleitorais, o Partido Democrata terá a “plataforma mais progressista de sua história”.
A declaração de princípios e a plataforma que o partido defenderá na campanha pela Casa Branca foi aprovada na Convenção Nacional que acontece até esta quinta (28), na Filadélfia.


Confira abaixo alguns de seus pontos mais importantes:

Em referência a uma mensagem central da campanha de Hillary Clinton (“Unidos somos mais fortes”), o preâmbulo ataca frontalmente a má distribuição da riqueza e adota um discurso que surgiu dos movimentos de protesto contra Wall Street e que já havia sido usado por Sanders na campanha: a referência ao 1%.

“Acreditamos em que o extremado nível de desigualdade em renda e riqueza – no qual a maioria dos lucros econômicos vai para o 1% e no qual as 20 pessoas mais ricas do nosso país têm mais riquezas do que os 150 milhões de pessoas da parte inferior da escala – torna nosso país mais frágil, deixa as comunidades mais pobres, e a política, mais envenenada”.

“Vamos nos assegurar de que aqueles na parte de cima contribuirão para o futuro do nosso país, estabelecendo um imposto especial para garantir que os milionários e os multimilionários paguem o justo”.

Baseando-se nos discursos de Sanders durante a campanha, o documento usa duros termos para defender medidas contra os grandes bancos, para evitar que essas entidades assumam riscos enormes e para eliminar a possibilidade de que se beneficiem – mais adiante – de multimilionários resgates.

“Para restabelecer a justiça econômica, os Democratas devem lutar contra a ambição e a irresponsabilidade de Wall Street. Wall Street não pode ser uma ilha em si mesma, apostando bilhões em arriscados instrumentos financeiros para conseguir enormes lucros, pensando que as pessoas que pagam os impostos vão ajudar [Wall Street] novamente”, acrescenta o texto.

“Os Democratas acreditam em que nenhum banco pode ser ‘grande demais para não cair’ e que nenhum executivo é poderoso demais para não terminar na prisão. Os Democratas vão apoiar leis penais e civis, contra criminosos de Wall Street que se utilizam da confiança pública”.

Esse foi outro tema que opôs Sanders e Hillary durante as prévias partidárias. Agora, a plataforma Democrata faz um apelo para um esforço coordenado para reduzir a influência dos doadores milionários ao sistema político americano.

“Devemos acabar com o dinheiro secreto e sem rastros na política, exigindo, seja mediante decreto, seja mediante legislação, uma transparência muito maior”.

A plataforma partidária pede agora um aumento do salário mínimo federal, do nível atual de US$ 7,25 por hora para US$ 15. Esta é uma sólida vitória de Sanders e de sua campanha. Hillary defende o aumento do salário para US$ 12.

No momento em que o país vive uma onda de violência com elementos de racismo, a plataforma faz um apelo claro em favor de uma reforma.

“Os Democratas vão lutar para pôr fim ao racismo institucionalizado e sistêmico em nossa sociedade”.

“Os Democratas apoiarão a retirada da bandeira de combate dos Confederados das propriedades públicas, reconhecendo que é um símbolo do passado racista do nosso país e que não tem lugar no nosso presente, ou no nosso futuro”.

“Promoveremos uma transformação da sociedade que deixe claro que as vidas dos negros, sim, importam, e que não há lugar para o racismo em nossa sociedade”.

“Embora Donald Trump tenha definido a mudança climática como um ‘conto’, 2016 deverá quebrar todos os recordes de temperatura. A mudança climática é uma ameaça urgente e um desafio definitivo do nosso tempo”.

“Os Democratas acreditam que devemos corrigir nosso fracassado sistema de imigração, que separa famílias e mantém trabalhadores nas sombras. Devemos criar um caminho para a cidadania para famílias que respeitem a lei e já estejam aqui, buscando uma vida melhor e contribuindo com suas comunidades e com nosso país”.

A plataforma também pede uma abordagem “humana” sobre o sensível tema das deportações. “Devemos priorizar aqueles que representem uma ameaça à segurança das nossas comunidades, não famílias de trabalhadores”.

Sanders é um crítico aberto dos acordos regionais que incidem nas relações de trabalho nos Estados Unidos e, por isso, concentrou sua artilharia no Tratado Transpacífico (TPP). Hillary mudou de opinião recentemente e agora diz que se opõe ao projeto. A plataforma é bastante clara sobre o assunto.

“Embora pensemos em que a abertura da economia mundial seja uma fonte importante para o dinamismo e para a liderança dos Estados Unidos, nós nos opomos a acordos de livre-comércio que não defendem as fontes de trabalho, não defendem os salários e nem melhoram nossa segurança nacional”.

“Esses são os padrões, nos quais os Democratas acreditam, e se aplica a todos os acordos de comércio, incluindo o TPP”.(Terra/IstoÉ)

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