Dia de Natal – Por Raimunda Gil Schaeken

Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

“O homem de hoje, confuso por um sem-número de ideologias conflitantes e chocado por inúmeros fenômenos dramáticos e dolorosos, necessita saber com certeza que, apesar de tudo, há esperança e alegria porque Deus se fez homem, Cristo verdadeiramente se encarnou por nós, o Salvador anunciado pelos profetas veio para permanecer sempre conosco! Devemos ter fé no Natal, uma fé muito forte e profunda”! (J.Paulo II).
O Natal, festa maior do cristianismo, acontecimento central da história da humanidade. Constitui um marco importante para a cronologia ocidental: o nascimento de Jesus Cristo assinala o primeiro ano da nossa história.


Professora Raimunda Gil Schaeken (AM)

De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa “manifestação”). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos.

Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de Inverno.

Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao “nascimento do deus sol invencível”, que comemorava o solstício do Inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como “o sol de justiça” (Malaquias 4:2) e a “luz do mundo” (João 8:12) revelam a fé da Igreja n’Aquele que é Deus feito homem para nossa salvação.

As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o “nascimento do deus sol invencível” (Natalis Invistis Solis), e tentaram fazê-la parecer “cristã”. Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em junho.

Há muito tempo  sabe-se  que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

Há mais de dois mil anos, um casal, na Palestina, viajava, nas proximidades de Belém, à procura de um pouso. Tinha saído da sua cidade Nazaré por ordem do Imperador César Augusto que ordenara que todos se dirigissem a seus lugares de origem, para responder ao grande recenseamento do Império Romano (cf. Lucas 2,1-14).

Belém era o destino deste casal. Eles viajavam preocupados porque a noite já ia avançada e a jovem esposa esperava um bebê a qualquer momento.

Mas onde poderiam eles parar? Todas as hospedarias estavam cheias e, naquela época de guerras e ocupação estrangeira no país, ninguém se arriscava a oferecer hospedaria.

Eles viajavam preocupados, mas confiantes em Deus. Por fim, começaram os primeiros sinais de que o bebê já não mais esperaria e que a hora de seu nascimento se aproximava.

José – assim se chamava o marido – viu na rocha um local onde se abrigavam os animais. Entrou, achou que, em falta de melhor, aquele não seria um mau lugar para sua jovem esposa ter o filho.

A noite era fria. Um burrinho e uma vaquinha se apertavam, lá dentro da gruta procurando se aquecer.

Maria – assim se chamava a jovem esposa – entrou atrás de José e foi se acomodando na gruta, enquanto os animais se apertavam mais para dar lugar ao grande evento que se realizaria.

A Manjedoura tinha palha fresquinha e limpa e nela se colocou o recém-nascido.
Calor e luz inundaram a noite fria.

O burrinho e a vaquinha ficaram um pouco tristes porque queriam ser só eles a aquecer o Menino com seu bafejar. Eram egoístas esses animais, de um santo egoísmo, eles não queriam o calor dos céus e a música dos anjos. Queriam ser os únicos a saudar e a aquecer o nascimento de Jesus. Maria deve ter sorrido e acariciado a cabeça dos bichos.

“Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade” – cantavam os anjos. E chegaram os pastores e reis, para adorá-lo.

Que todos os Natais sejam de união, fraternidade, paz, fé, esperança e muito amor entre todos os homens! E que o Menino Deus abençoe a cada uma das nossas famílias! (Raimunda Gil Schaeken é Professora aposentada, tefeense, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas –ALCEAR).

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