Dólar vai a R$4,79, caminha para maior alta diária desde março de 2020

Foto: Thinkstock/Adam Gault/Thinkstock

O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (22), impulsionado globalmente por apostas em maior agressividade do banco central dos Estados Unidos no ritmo de alta de juros, enquanto o noticiário político local elevava a cautela de investidores.


Às 14h04, a moeda norte-americana subia 3,71%, cotada a R$ 4,7908. Veja mais cotações. Na máxima, bateu R$ 4,7953.

Já o Ibovespa opera em forte queda.

Na quarta-feira, véspera do feriado, o dólar fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 4,6194. Foi o segundo menor valor da moeda em dois anos. Com o resultado, a moeda passou a acumular baixa de 2,94% na parcial do mês. No ano, tem queda de 17,14% frente ao real.

O que está mexendo com os mercados?

No exterior, os mercados seguem pautados pelas renovadas apostas de juros mais altos nos Estados Unidos, em meio à inflação em disparada e de um menor crescimento da economia global.

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou na quinta-feira que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará “sobre a mesa” quando o Fed se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado “agir um pouco mais rapidamente”.

Com a inflação atingindo cerca de três vezes a meta de 2% do Fed, “é apropriado avançar um pouco mais rapidamente”, disse Powell.

O comentário – que consolida a ampla expectativa de que o banco central norte-americano intensificará a dose de aperto monetário diante da inflação mais alta em quatro décadas — levou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes a tocar uma máxima em 25 meses nesta sexta-feira, segundo a Reuters.

Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir na extremamente segura renda fixa norte-americana, o que tende a aumentar o ingresso de recursos na maior economia do mundo e, consequentemente, valorizar o dólar.

No Brasil, o foco também estava na política monetária, depois de declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que o Copom estará pronto para ajustar o tamanho de seu ciclo de aperto no caso de choques inflacionários maiores ou mais persistentes do que o esperado. Ele repetiu previsões anteriores de que o BC elevará a taxa Selic em 1 ponto percentual em sua próxima reunião, ante patamar atual de 11,75%.

Além disso, os agentes locais voltam a encarar o aumento das tensões políticas entre os poderes da República, após o presidente Jair Bolsonaro ter concedido perdão ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia. A medida, vista por muitos como uma afronta ao STF, tem potencial de abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.

g1/Economia

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