Doze detentos são suspeitos de matar agente penitenciário no Compaj

Suspeitos foram encaminhados para o 19º DIP, em Manaus — Foto: Divulgação/G1 AM

Doze internos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) foram encaminados para o 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), por suspeita da morte do agente penitenciário Alexandro Rogrigues Galvão, de 36 anos, neste sábado (1). As informações são da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Ele foi atingido por golpes de uma faca artesanal na saída de uma cela.


De acordo com a Seap, 12 internos suspeitos de terem participado do crime foram encaminhados para o 19º DIP para que os fatos sejam apurados. O incidente ocorreu durante o horário de visita aos internos do pavilhão 3 do Compaj.

A Seap informou ainda que, conforme apurado pelas imagens do circuito integrado, Alexandro foi rendido por um interno antes de fechar o portão de acesso à área de convivência e, em seguida, recebeu as estocadas.

O crime teria sido praticado em retaliação aos procedimentos de revistas dos visitantes, uma vez que, nas últimas semanas, diversos materiais ilícitos foram apreendidos no Compaj. Por medida de segurança, a Seap reforçou a monitoria dentro do presídio e também suspendeu a visitação aos presos de domingo (2).

De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos devem ser ouvidos no 19º DIP. Em seguida, ao ser identificado, o autor, ou autores, devem ser autuados em flagrante, encaminhados a audiência de custódia e, posteriormente, reconduzidos a unidade prisional.

Suspeitos foram encaminhados para o 19º DIP, em Manaus — Foto: Divulgação/G1 AM

O caso

O agente penitenciário Alexandro Rogrigues Galvão, de 36 anos, foi morto, no início da tarde deste sábado, após ser atacado por detentos dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), situado no km 8 da BR-174 (Manaus – Boa Vista).

“Isso foi uma ação pontual. Não consideramos como uma rebelião. Uma ação contra um agente que foi a óbito. Ele foi atingido por uma faca artesanal e agora nós estamos apurando as possíveis causas disso. Vamos analisar as câmeras de segurança e os culpados serão identificados e indiciados, o mais rápido possível, por homicídio”.

O agente levou vários golpes de uma faca artesanal e foi encaminhado ao Hospital e Pronto Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz, na Zona Norte de Manaus. Ele faleceu. Um dos golpes foi no pescoço.

“A revolta começou porque hoje [este sábado] muitas pessoas estavam tentando entrar com drogas escondidas no presídio. E a gente conseguiu fazer a identificação e proibir essa entrada. Eles ficaram sabendo e se revoltaram. Foi o que iniciou. Por enquanto, essas são as informações que temos”, completou Cleitman.

Há quase dois anos, o Compaj foi palco do maior massacre do sistema prisional do Amazonas. O titular da Seap, Coronel Cleitman Coelho descartou, apesar da fatalidade, uma situação “sem controle” dentro do presídio.

Irmão lamenta morte de agente

Na porta do hospital para onde o agente foi levado, o irmão do agente penitenciário morto, lembrou dos riscos que o irmão vivia ao trabalhar no presídio. Mesmo assim, “ele nunca quis preocupar a família com o trabalho”, disse.

O pastor Raimundo Rodrigues, de 41 anos, irmão do agente penitenciário, lembrou que Alexandre sempre evitou, mesmo ciente dos riscos, preocupar a família quando o assunto era o trabalho dentro do Compaj, presídio que foi palco do maior massacre do sistema prisional do Amazonas.

“Ele já viu muita coisa nesses quatro anos que estava lá. Ele nunca quis preocupar a família com o trabalho dele. Apesar disto, nossa mãe sempre o avisava dos riscos, mas era o trabalho que ele tinha”, contou.

Fonte: G1

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