Faixa de Gaza, a Terra Sagrada que provoca tantos conflitos – por Renata Giraldi

Prédios civis em ruínas e mulheres e crianças fugindo do bombardeio israelita - foto: recuperada/redes sociais

O mundo assiste perplexo ao terror em Israel e na Faixa de Gaza, região chamada de Terra Sagrada, que provoca tantos conflitos e também atrai religiosos em meio a um misto de medo, ódio e tristeza. E muita gente se confunde com os nomes, as histórias e tenta entender o motivo de tanta disputa na Terra onde viveu Jesus Cristo.


Guerra jamais será algo positivo, mas o Só Notícia Boa foi atrás da história desses povos e mostra agora quem é quem, em detalhes, para você entender todo esse imbróglio.

Diante de mais 2 mil mortos, feridos e desaparecidos – desde a semana passada – religiosos buscam na fé o acolhimento na Terra Sagrada e parecem incrédulos ao perceber que Jerusalém, Jericó, Belém e Nazaré, roteiro obrigatório dos peregrinos, estão sitiadas.

Israel x Palestina

Oficialmente, Israel se tornou Estado reconhecido em 1947, enquanto a Palestina, que reivindica a Faixa de Gaza e parte de Jerusalém, segue em defesa do direito à autodeterminação e independência.

A situação se agravou com a ofensiva do Hamas contra civis na semana passada. Jamais a paz reinou ali, desde os tempos bíblicos.

A região nunca foi pacífica. Mas na década e 1940 a situação se agravou quando Israel assumiu o controle da área e os palestinos perderam espaço e direitos.

Em clima de tensão e violência, o conflito entre os povos cuja origem bíblica informa que judeus e palestinos são irmãos filhos de Abraão, mas de ramos diferentes – uma linha vem de Isaac cuja mãe era Sara, a outra de Ismael, filho de Hagar, a escrava.

As hostilidades na região oscilam de tempos em tempos e ganham novos elementos com a intervenção de grupos radicais armados, como recentemente houve com o Hamas e o Hezbollah.

Atuando na região de Gaza, o Hamas promoveu no fim de semana uma batalha cruel contra civis, crianças e idosos. Nesta madrugada, foi o Hezbollah que entrou em ação.

Israel se prepara para ofensiva com apoio internacional. Na madrugada de quinta-feira (12) houve a contraofensiva israelense. A tensão predomina em todo país.

A população é orientada a se manter em bunkers e evitar as ruas.

O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou que no local estão 30 brasileiros e três estrangeiros ligados a eles. São famílias grandes com muitas crianças pequenas.

Mapa da região da Faixa de Gaza, a Terra Sagrada – Foto: reprodução / Sputnik

O que é a Faixa de Gaza

A Faixa de Gaza é um território palestino, uma estreita região de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo, no Oriente Médio, que faz fronteira com o Egito no sudoeste e com Israel no leste e no norte.

Localizada à beira mar, tem apenas 41 quilômetros de extensão e 10 quilômetros de largura. Num espaço tão pequeno vivem 2,1 milhões de pessoas incluindo uma grande maioria de refugiados palestinos.

A região sobrevive basicamente com ajuda internacional por meio de doações. Os palestinos não contam com apoio de Israel e sofrem uma série de restrições de ordem econômica, política e social.

Com fronteira entre Egito e Israel, o local é simbólico porque para os palestinos, a autodeterminação é um direito que deve ser assegurado. O direito de ter um território próprio para ser chamado de país.

Lá ficam locais bíblicos e históricos 

Impossível pensar em ir para Israel e a Cisjordânia sem passar pelas cidades bíblicas, citadas nas passagens sagradas. Pelo menos oito locais são obrigatórios para os peregrinos religiosos.

Jerusalém – Local sagrado para cristãos, judeus e muçulmanos. Ali está o Muro das Lamentações, parte do que restou do antigo Templo de Salomão, construído como proteção dos tempos anteriores a Cristo. O Imperador Tito mandou demolir o templo.

Monte das Oliveiras –  Localizado ao leste da Cidade Antiga de Jerusalém, de acordo com a Bíblia,  Jesus fez um dos sermões mais importantes por revelar profecias sobre os tempos difíceis pelos quais o mundo passaria e a perseguição aos cristãos.

Jericó – Área ocupada por palestinos, na Cisjordânia. A Bíblia diz que José enfrentou guerreiros nesta região para manter as muralhas de proteção de pé.

Belém – É uma cidade majoritariamente ocupada por palestinos e fica na Cisjordânia. Pela Bíblia, foi ali que nasceram Jesus e o rei Davi. Os principais pontos de visitação são a Igreja da Natividade, Praça da Manjedoura e as Piscinas de Salomão.

Nazaré – Pela Bíblia, é a cidade onde nasceu Nossa Senhora, mãe de Jesus. No local, há várias referências à ela. Fica na região Norte de Israel, é considerada a capital “árabe” e muito próxima da região na qual o grupo Hezbollah tem força.

Mar da Galileia –  É, segundo a Bíblia, o local por onde Jesus começou a pregar para seus seguidores.

Mar Morto – Diz a Bíblia que Jesus caminhou sobre as águas e fez o milagre da multiplicação dos peixes. O lugar é lindíssimo com a água hipersalina que ajuda na flutuação, enquanto a lama negra rica em sais minerais é usada em tratamentos. Há um oásis ao redor.

Rio Jordão – foi o local onde Jesus se batizou, houve a manifestação da Santíssima Trindade e a cura de um hanseniano, chamado de leproso na época. Muitos cristão fazem cerimônia de batismo ali.

Grupos radicais islâmicos

Os grupos radicais islâmicos armados na região são Hamas, Fatah, Jihad Islâmica e Hezbollah, todos com células no Oriente Médio.

Organizações com representações no exterior e, por vezes, em partidos políticos. Há informações que esses grupos recebam apoio financeiro de distintos locais no mundo.

Hamas – significa movimento de resistência. Existe desde 1987, é um grupo fundamentalista islâmico, que defende os preceitos da religião conforme uma interpretação própria e com uso da força. Ganhou mais reconhecimento ao vencer as eleições na Faixa de Gaza em 2007.

Fatah – significa “Movimento de Libertação Nacional da Palestina”. É adversário político do Hamas. Surgiu em 1959. É considerado um partido político de peso e com força militar, tem apoio da Organização para a Libertação Palestina (OLP).

Jihad Islâmica – é ligado ao Hamas e seria responsável pela captura dos cerca de 100 reféns, possivelmente incluindo brasileiros. O grupo foi fundado na década de 1980 por intelectuais.

Hezbollah – significa “Partido de Alá”, também tem ramificações no Líbano. No passado, enfrentou luta armada com Israel.

A Igreja da Natividade, em Belém, é o local onde Nossa Senhora sentiu as dores e Jesus nasceu. É maravilhosa por dentro e por fora. – Foto: reprodução MVM

Renata Giraldi – é gerente executiva da Agência Brasil – EBC

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