TRABALHO APÓS APRESENTAÇÃO (26 DE MAIO)
Vou dar ênfase nos primeiros dias em testes com o departamento físico e o departamento médico. A partir desses testes vamos desenvolver um trabalho em conjunto para que possamos botar os jogadores no melhor da condição física e técnica. Algumas correções serão feitas, e para isso temos um grupo de trabalho muito bom. Nossa parte física é boa, a parte médica é excelente. Os jogos amistosos de 3 e 6 também serão no sentido de colocar a equipe na melhor das condições. Se entendermos que algum dos jogadores não poderá jogar, não vamos colocar. Vamos trabalhar para a Copa do Mundo em um projeto bem organizado, principalmente, no departamento médico e no departamento físico.
JOGOS PREPARATÓRIOS
Se eu pudesse, eu gostaria de jogar, mesmo classificado, as Eliminatórias, mesmo que para nós não contasse. Não sei de que forma seria feito, mas gostaria de jogar contra equipes que disputam uma vaga. Jogar amistosos é sempre um pouco diferente da realidade, sempre mascara um pouquinho. O que serviu para nós, que chegamos depois de iniciada toda a temporada da seleção, foi que tivemos a Copa das Confederações e jogos antes com grandes equipes (Itália e Inglaterra). Ali tivemos a base da montagem da equipe para o Mundial. Se pudesse jogaria sempre jogos que não fossem amistosos, valendo pontos.
BASE DEFINIDA PARA ESTREIA?
Contra a Croácia eu não sei, depende de uma série de treinamentos e detalhes. Mas é a base. Uma coisa que achamos importnte foi a montagem da equipe, e todo mundo no Brasil tem mais ou menos nove ou dez jogadores que sabe que são os titulares da seleção brasileira. Então passamos ao povo uma situação de que esses são os titulares, são os que compõem a base. Essa base, 90% dela, será mantida, sim. Mas depende de como os jogadores se apresentarão, de como os receberemos e como trabalharemos.
MÉDIA DE IDADE SEMELHANTE À DE 2002
É uma boa coincidência. Mas os jogadores em 2002 tinham muito mais experiência em Copa do Mundo do que esses. 17 desses jogadores não jogaram ainda uma Copa do Mundo. Naquela oportunidade 10, quem sabe, não tinham jogado. Tinha um número bem maior de jogadores experientes. Mas a experiência que os jogadores estão ganhando nas competições que jogam atualmente me faz acreditar que não sentirão tanto a diferença de jogar um campeonato europeu forte e uma Copa do Mundo, embora a experiência em determinados momentos seja importante. Mas não acho que fará tenta diferença assim, e confio muito nesse grupo, por uma série de detalhes que quem convive com eles sabe que eles podem fazer a diferença em determinados jogos.
CONVOCAÇÃO CHEIA – MAIS DE 800 JORNALISTAS
O que torna essa convocação, esse evento, eu acho que é a grandeza da seleção brasileira, é a grandeza do país. Todos podem falar, mas é o Brasil, cinco vezes campeão. Uma Copa do Mundo aqui também ajuda na divulgação. Mas é a grandeza do fuebol, do país, e por ser a Copa realizada no Brasil.
ESTREIA É MAIS DIFICIL?
Se vocês (jornalistas) perguntarem, principalmente, a jogadores que já jogaram Copas e como vai ser o início, provavelmente vão ouvir de todos que o primeiro jogo é diferente do segundo. O primeiro tem aquele frio, aquela coisa: ‘será que vai dar certo ou não vai?’. Acho que isso vai acontecer com a nossa seleção também. O primeiro jogo é muito importante para a nossa sequência de jogos, e temos que estar bem preparados. Tem a espera do público, a ansiedade. Se dá certo no início, flui naturalmente, se não começa a ter um pouco de receio. Copa do Mundo são sete jogos. São três na prmeira fase, e quem perde o primeiro tem uma dificuldade enorme. Então é uma série de detalhes que fazem com que esse primeiro jogo seja muito diferente dos outros.
BLINDAGEM A NEYMAR
Não sou eu que faço essa blindagem. Vocês (jornalistas) também, em determinado momento, ajudam, entendem que, quando um jogador participa de todas as entrevistas, muitas vezes precisa ser preservado. Alguém precisa assumir e dizer: ‘meu filho, não faça isso’. O jogador espera que tu ajas como pai dele, porque ele é jovem. Ele toma decisões, é ótimo, mas quando a gente pode ajudar… É o que temos feito desde que chegamos à seleção. Somos mais experientes, e podemos dar a esse jogador uma situação mais razoável.
PERMANÊNCIA APÓS COPA?
Não sei quem falou, mas eu não tenho dito nem comentado nada a respeito de ganhar, perder, ficar ou sair. Só com o Marin e o Marco Polo (Del Nero), mas é algo nosso, uma conversa de amizade, nada oficial. Porque eu tenho ainda que organizar uma seleção e ganhar uma Copa do Mundo. Eu digo a eles (Marin e Del Nero) que tenho essa responsabilidade, junto com a comissão e os jogadores. Permanência ou não? Copa do Mundo. Só quero pensar na Copa, e em ganhar o Mundial. Certo, presidente? Depois a gente conversa (risos).
AMBIENTE DA SELEÇÃO
Para falar em ambiente, ainda ontem, conversamos com um técnico que perguntou: ‘Felipe, posso liberar tal jogador dia tal, ele precisa jogar tal jogo?’ Perguntei se tinha problema (o jogador ficar de fora de um jogo do clube), ele disse que não, e pedi que liberasse dia tal. O Thiago Silva hoje tem um jogo que pode ganhar um título. Ontem falamos, ‘Thiago, você está jogando demais, por causa da lesão (no rosto)?’. Ele disse que tinha alguma dúvida, falei para ele usar a máscara (de proteção), para que esteja mais bem preparado para quando chegar à seleção. ‘Seja campeão e chegue bem na seleção’. Já falei com o Oscar da lesão, para ele se cuidar. Eles estão envolvidos no processo de ganhar uma Copa do Mundo, e fica muito mais fácil para a gente dirigi-los. Ontem um dos maiores jogadores do futebol brasileiro, o Cafu, disse que o técnico tem que organizar o ambiente. Esse é o entendimento com os jogadores, e tem sido muito bom.
MAIS AMBIENTE
O ambiente do grupo é esse que eu falei anteriormente. Alguns já sabiam que estavam convocados porque fiz questão de comunicar pessoalmente. Por estarem com uma ou outra dificuldade, poderiam ter dúvidas, e eu queria acabar com essas dúvidas. Eu acredito e vou até o inferno com eles. Eles formam esse ambiente, que para mim é espetacular.
(ESPN – Brasil)
