Igualdade de gênero na ciência é tema da live “Xá com Elas”

Foto: Érico Xavier/Fapeam

“Por que é necessário ter mais mulheres na ciência” este foi o tema da live “Xá com Elas” promovida pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), na tarde desta sexta-feira (11/03), transmitida no Canal do YouTube da Fapeam e disponível também pelo IGTV do Instagram.


A atividade faz parte da programação do Movimento Mulheres e Meninas na Ciência, iniciado no dia 11 de fevereiro, com objetivo de estimular uma maior participação feminina na Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

A ação contou com a participação da diretora-presidente, Márcia Perales, como mediadora, e das pesquisadoras do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), Priscila Aquino, e do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (Icomp/Ufam), Fabíola Nakamura, que debateram assuntos como a importância da igualdade de gênero na ciência; a baixa representatividade das mulheres nas ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas (STEM); e os avanços da Fapeam em chamadas e editais destinado para este público.

Durante a live, Márcia Perales destacou as ações realizadas pelo Governo do Amazonas em prol da equidade de gênero na ciência e um maior protagonismo feminino na pesquisa, tecnologia e inovação no estado, como a criação da linha estruturante “Mulheres e Meninas na Ciência e no Empreendedorismo Científico”, inserida no Plano Plurianual 2020-2023, pela primeira vez, como política pública no Amazonas.

“Temos um trabalho a ser feito para que as mulheres assumam cada vez mais esses espaços, não apenas como participantes na pesquisa, mas, sobretudo, liderando estudos”, disse a gestora da Fapeam.

Foto: Érico Xavier/Fapeam

E acrescentou que: “na Fapeam, por exemplo, quando iniciamos, em 2019, trouxemos essas estatísticas de quantas mulheres coordenavam projetos, e tínhamos em torno de 400 projetos. Iniciamos o Movimento, o Governo do Amazonas estruturou isso também formalmente no seu PPA e, hoje, chegamos a 600 projetos coordenados por mulheres”, enfatizou.

Outros pontos citados pela diretora-presidente são os editais lançados pela Fapeam este ano, com investimento de R$ 70 milhões do Governo do Amazonas, entre os quais, está o Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos (Parev), com inscrições abertas até 16 de março, que oferece pontuação diferenciada para projetos com estrutura de brinquedoteca, para auxiliar as mães cientistas em eventos científicos.

Pensando ainda nas mães cientistas, neste Governo, a Fapeam também alterou a avaliação de produtividade que, de praxe, é baseada nos últimos cinco anos.

“Se você foi mãe no último ano, vamos recorrer há seis anos para essa avaliação. Mas, se você foi mãe nos últimos dois, iremos recorrer aos 7 anos para fazer, porque sabemos que quando isso acontece a divisão de cada uma de nós para cuidar do bebê e do trabalho, por mais que tenhamos o apoio do companheiro, é diferente. Além disso, há pontuação diferenciada para projetos do Programa Ciência na Escola, nas áreas de STEM”, disse.

Na oportunidade, a pesquisadora do Icomp/Ufam e coordenadora do Cunhatã Digital, projeto parceiro do Programa Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação, Fabiola Nakamura, disse estar feliz em ver essas ações promovidas pelo Governo do Amazonas, via Fapeam, voltadas para o incentivo de mulheres e meninas na CT&I.

Na pesquisa, Fabíola atua na área de ciência de dados, realizando também um trabalho voltado para o estímulo à participação de meninas no campo da ciência, especificamente na área de computação e tecnologia.

A pesquisadora reforçou, ainda, que o Movimento mostra para as pessoas que a ciência é importante, transforma vidas, mas, que quando se tem uma parte restrita da população construindo a ciência, não se está fazendo algo para todos.

“Em momento nenhum estou questionando competência, capacidade de quem construiu a ciência até hoje e, todos seus benefícios, mas acho que a ciência tem um potencial ainda maior, porque quando você tem na ponta pessoas diversas você atinge mais gente”, pontuou a pesquisadora.

Ela destacou ainda que, dentro do Cunhatã Digital, o projeto “Garotas Espertas”, recebeu incentivo da Fapeam, via Proemend, para a produção de curtas-metragens contando histórias de cientistas mulheres, produzido por meninas, de 8 a 12 anos. “Tem um deles que termina assim: existem muitas garotas espertas na ciência, e muitas garotas espertas em todos os lugares e a gente precisa de todas, inclusive de você”, declarou Fabíola.

Pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane e coordenadora do Programa de Iniciação Científica (Paic) e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação Biologia da Interação Patógena Hospedeiro, da Fundação Oswaldo Cruz/Amazônia, Priscila Aquino, ao agradecer o incentivo que a Fapeam vem realizando por meio de ações como o Movimento Mulheres e Meninas na Ciência, além dos editais, afirmou que atitudes como essas auxiliam e fortalecem cada vez mais o Movimento.

Priscila trabalha em pesquisa associada ao perfil de proteínas entre diferentes doenças, com grupo majoritário composto por mulheres de diferentes níveis, estudo fomentado também pela Fapeam, por meio do Programa CT&I nas Emergências de Saúde Pública no Amazonas – Covid 19 – PCTI Emerge Saúde/AM, e do Programa CT&I Áreas Prioritárias que, além de desenvolver esses estudos, ajudam no desenvolvimento das mulheres e meninas que fazem parte de grupos do estudo.

Para as meninas que pensam em ser uma grande cientista, Priscila deixa a mensagem de que pequenas ações sejam elas iniciadas na educação básica, ou numa simples apresentação em uma feira de ciência, devem ser incentivadas. Para as mulheres que já estão no meio científico, a pesquisadora reforça que é preciso cada vez mais a participação ativa feminina, principalmente na busca por cargos majoritários em instituições de CT&I, “porque através da inserção de mulheres conseguiremos criar políticas públicas de incentivo a outras mulheres”, finalizou.

Apoio – A live “Xá com Elas: Por que é necessário ter mais mulheres na ciência?” foi realizada no Centro Cultural Palácio Rio Negro, no Centro de Manaus, seguindo todos protocolos de segurança de prevenção da Covid-19. A atividade contou com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Amazonas (SEC-AM).

Oportunidades para mulheres – A Fapeam está com inscrições abertas para o Programa Mulheres das Águas/Fapeam e Programa Kunhã- CT&I, que são ações inéditas criadas pelo Governo do Amazonas para apoiar projetos de pesquisas coordenados por mulheres. A submissão de propostas para os dois editais deve ser realizada por meio da Plataforma SigFapeam, disponível em: www.fapeam.am.gov.br.

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