Iniciada a campanha contra a tuberculose, em Manaus

campanha contra a tuberculose iniciada em Manaus/Foto: Divulgação

Tosse com mais de três semanas é sinal de alerta e pode ser tuberculose, foi com essa advertência, foi aberta ontem (24), oficialmente, a Campanha Municipal de Luta Contra a Tuberculose, num evento ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) Doutor Alfredo Campos, no Zumbi II, zona Leste da capital, e que vai até o dia 31 de março, com a intensificação das atividades de Comunicação, Mobilização Social e Educação em Saúde, para alertar a população sobre a importância do combate à doença.
Ao longo da campanha serão realizadas, nas unidades básicas de saúde, palestras sobre a doença e a coinfecção com o HIV, coleta de material para exames de pessoas com suspeita da doença e atividades lúdicas com materiais e jogos educativos. Também haverá distribuição de preservativos, aconselhamento e testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites.


campanha contra a tuberculose iniciada em Manaus/Foto: Divulgação

De acordo com o secretário de aúde, o principal objetivo da campanha é ampliar o conhecimento da população sobre os sinais, sintomas e impactos socioeconômicos da tuberculose, doença que ainda apresenta elevada incidência em Manaus. “Por exemplo, tosse intensa há mais de três semanas, febre no final do dia e escarro com sangue podem ser sinais da doença”, alertou o secretário.

As ações de promoção da saúde devem envolver 1.772 servidores e profissionais de saúde de ao menos 140 Unidades Básicas e Unidades de Saúde da Família, da área urbana e rural. A programação conta também com parceria de organizações da sociedade civil e outras instituições governamentais integrantes do Comitê Estadual de Controle da Tuberculose no Amazonas, como Coordenação Estadual de Tuberculose da Fundação de Vigilância em Saúde, Fundação de Medicina Tropical, Policlínica Estadual Cardoso Fontes e Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).

“Neste ano, esperamos superar os resultados alcançados na campanha de 2016, quando 23.204 pessoas foram acessadas em 891 atividades realizadas por 146 Unidades Municipais de Saúde. O trabalho resultou ainda na detecção de 27 casos novos de tuberculose, entre 881 suspeitos identificados e examinados, além de terem sido examinados 239 contatos domiciliares de pessoas em tratamento de tuberculose e resgatados 26 pacientes que estavam faltosos ao tratamento”, informou Homero de Miranda Neto.

Incidência

De acordo com dados da coordenação local do Programa de Controle da Tuberculose, a incidência da tuberculose em Manaus ainda é considerada elevada. Mas, em 2016 houve uma redução de 6,2% em relação à taxa de incidência de 2015, que ficou em 101,8/100 mil hab. O número total de casos novos caiu de 2.094 casos em 2015 para 2.000 em 2016 (redução de 4,5%).

A coordenadora municipal do Programa de Controle da Tuberculose, Dinah Carvalho, informou que a taxa de coinfecção tuberculose/HIV, que vinha em crescente evolução, estabilizou em 17%, mesmo com o acentuado aumento da proporção de casos novos de tuberculose testados para HIV, que saiu de 52% em 2012 para 75% em 2016 (aumento de 45%). Neste ano, foram registrados 354 casos novos de TB/HIV+.

“A ampliação do número de Unidades Básicas oferecendo teste rápido para HIV tem contribuído diretamente para a melhoria desse indicador. Os pacientes diagnosticados com tuberculose são imediatamente encaminhados para o exame de HIV, permitindo um diagnóstico mais precoce da coinfecção”, informou Dinah.

A rede municipal também tem avançado nos índices de exames dos contatos familiares dos pacientes dos casos de novos de tuberculose pulmonar, o que tem sido importante para se detectar outros casos da doença na família e realizar medidas de proteção aos contatos saudáveis, contribuindo assim para a quebra da cadeia de transmissão.

“O percentual de contatos desses casos examinados no município aumentou de 45,8% em 2014 para 66,5% em 2016”, informa Dinah Carvalho.

O percentual de cura entre os casos novos de tuberculose pulmonar com confirmação laboratorial também apresentou melhoria, saindo de 72,6% do ano de avaliação 2015 para 77,1% em 2016 (aumento de 6,2%).

“Uma das principais preocupações ainda é o elevado percentual de abandono de tratamento, que foi de 15% em 2016 e que se mantém como principal problema a ser enfrentado. A coinfecção com o HIV e as condições de vulnerabilidade socioeconômica apresentadas por uma importante parcela dos pacientes, como moradias inadequadas, ausência de emprego e renda e abuso de álcool e outras drogas, constituem-se como principais fatores relacionados e nem sempre são de governabilidade do setor saúde”, destaca Dinah.

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