Irã acusa Austrália de usar sequestro para atacar islã

Ali Akbar, líder iraniano/Foto: P
Ali Akbar, líder iraniano/Foto: P
Ali Akbar, líder iraniano/Foto: P

O Irã acusou a Austrália hoje, quarta-feira (17), de utilizar o sequestro de Sydney, incidente da última segunda-feira que acabou com a morte do autor do sequestro – um refugiado iraniano – e dois reféns, para atacar o islã.

A acusação foi feita por Ali Akbar Velayati, poderoso assessor do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, que argumentou que o autor do sequestro, Man Haron Monis, cuja extradição foi pedida pelo Irã à Austrália há 14 anos e não foi feita devido à ausência de um tratado bilateral.


Ontem o chefe da polícia iraniana, Esmail Ahmadi Moqadam, informou desse pedido de extradição e explicou que nos anos 90 Haron – utilizando um nome falso e após cometer uma fraude quando era diretor de uma agência de viagens – fugiu do Irã para a Malásia para depois viajar à Austrália, onde solicitou asilo político.

Em suas críticas de hoje, Velayati aafirmou que a Austrália “segue as ordens que recebe dos Estados Unidos e colabora com os ocidentais em tudo o que vai contra o islã e os países do terceiro mundo”.

Velayati questionou a atuação da Austrália que pôs em liberdade uma pessoa com problemas psiquiátricos e antecedentes de homicídio.

Haron, acrescentou, era “um doente mental que esteve à mercê do sistema de segurança na Austrália e outros países ocidentais”.

“Este engano é tão óbvio que inclusive o primeiro-ministro australiano (Tony Abbott) criticou o Poder Judiciário de seu país”, indicou.

O governo da Austrália ordenou hoje a revisão dos procedimentos frente a ataques terroristas e pediu respostas às dúvidas levantadas pelo sequestro de Sydney, pois, segundo Abbott, “precisamos saber particularmente como alguém com um histórico de violência tão longo, com um histórico de desequilíbrio mental tão longo estava em liberdade condicional”.

Haron estava em liberdade condicional como parte do cumprimento da pena em que foi condenado como cúmplice da morte de sua ex-esposa e tinha sido acusado de crimes sexuais, além de ser conhecido por enviar cartas ofensivas aos familiares de soldados mortos no Afeganistão.

Haron Monis era um autoproclamado clérigo muçulmano com ideias radicais e vários processos abertos na Austrália, aonde chegou em 1996 e obteve asilo político em 2001.

Na segunda-feira ele entrou no Lindt Chocolate Café, fez 17 pessoas, entre clientes e funcionários, de refém, e colocou na entrada uma bandeira com uma mensagem em árabe que dizia “Não há outro Deus além de Alá e Maomé é seu profeta”.

A polícia interveio para pôr fim a 17 horas de sequestro, que terminou com a morte do agressor e de dois reféns.(Terra)

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