Justiça do PR envia investigação sobre André Vargas ao STF

Vargas pediu afastamento de 60 dias da Câmara dos Deputados

Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados

A Justiça do Paraná decidiu, nesta segunda-feira (7), remeter ao STF (Supremo Tribunal Federal) a parte da investigação da operação Lava Jato que envolve o deputado federal licenciado e vice presidente da Câmara André Vargas (PT-PR). O petista foi flagrado trocando mensagens com o doleiro Alberto Yosseff, preso na operação que desmantelou um esquema milionário de lavagem de dinheiro.


O doleiro foi preso sob as acusações de remessa ilegal de dólares para o exterior, lavagem de dinheiro, corrupção de funcionários públicos e financiamento do tráfico de drogas

Mesmo afastado do cargo, o petista mantém o foro privilegiado. Por isso, apenas o STF pode julgá-lo. O petista licenciou-se por 60 dias após novas revelações que sugerem uma sociedade entre o parlamentar e o doleiro Alberto Youssef.

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“Revendo os autos constato que, entre os diversos fatos investigados, foram colhidos, em verdadeiro encontro fortuito de provas, elementos probatórios que apontam para relação entre Alberto Youssef e André Vargas, deputado federal”, diz o despacho que encaminha a parte relativa a Vargas da investigação para o STF.

Apesar de pedir investigação ao STF, o juiz da 13ª Vara responsável pelo despacho, Sérgio Fernando Moro, afirma que é “prematura a afirmação de que tal relação teria natureza criminosa. De todo modo, falece à este juízo competência para processar e julgar feito envolvendo deputado federal”.

O juiz determinou que sejam separadas as provas obtidas pela PF referentes à ligação entre Vargas e Youssef dos demais relatórios da operação Lava Jato.

Massacre midiático

Vargas (PT-PR) afirmou, por meio de nota emitida nesta segunda, que está sendo vítima de um “massacre midiático fruto de vazamento ilegal de informações”.

Vargas, que pediu licença do mandato por 60 dias disse que vai preparar sua defesa apesar de atestar que não é alvo de nenhuma investigação e que nem foi comunicado oficialmente sobre os temas tratados na imprensa.

Vargas afirmou ainda que, mesmo licenciado, continua à disposição para prestar esclarecimentos sobre as denúncias e reafirmou “seu compromisso com sua história política e sua luta em defesa do povo paranaense e do Brasil”.

Oposição

PSDB, DEM e PPS protocolaram, nesta segunda, uma representação pedindo a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra André Vargas (PT-PR), vice-presidente da Câmara dos Deputados. O processo pode levar à cassação do parlamentar.

Na representação, os partidos da oposição pedem a abertura de processo no Conselho de Ética e pedem que o órgão convide Youssef a prestar depoimento. A investigação da PF afirma que o deputado teria auxiliado o doleiro em negociações do laboratório Labogen com o Ministério da Saúde.

Em uma das mensagens trocadas entre os dois, divulgadas no último final de semana pela revista Veja, o doleiro afirma a Vargas que o negócio poderá lhes trazer “independência financeira”. Youssef alugou um jatinho para uma viagem de férias de Vargas com sua família de Londrina (PR) para João Pessoa (PB).

Denúncias

Vargas é acusado de atuar junto com o doleiro Alberto Youssef para conseguir contratos com o Ministério da Saúde. Em uma das mensagens trocadas entre os dois, divulgadas no último final de semana pela revista Veja, o doleiro afirma a Vargas que o negócio poderá render a eles a “independência financeira”.

Youssef também pagou um jatinho para Vargas realizar uma viagem com sua família de Londrina (PR) para João Pessoa (PB). O deputado admite que é amigo de longa data de Youssef, mas afirma não saber que ele era investigado e nega qualquer tipo de envolvimento nas negociações do doleiro.

Youssef é acusado de estar envolvido em um esquema que lavou cerca de R$ 10 bilhões. Ele foi preso em março deste ano, durante a operação Lava-Jato da Polícia Federal.​

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