Manaus recebe reconhecimento da Opas pelo controle da malária

Foto: Divulgação / Semsa

A placa comemorativa ao “Malaria Champions – Campeões contra a Malária nas Américas 2023”, prêmio conquistado por Manaus pelas ações de controle da doença no município, foi entregue à titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Shádia Fraxe, nesta sexta-feira, 10/11, em Brasília. A entrega foi feita pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, e pelo coordenador de Eliminação da Malária, Cássio Peterka, do Ministério da Saúde.


O prêmio é concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em reconhecimento a iniciativas bem-sucedidas que possam levar à eliminação da malária nas Américas.

Neste ano, 23 trabalhos concorreram ao “Malaria Champions” e cinco foram premiados em categorias distintas. Manaus foi campeã na categoria “Experiências bem-sucedidas de países, municípios ou Estados com redução ou aceleração da eliminação do P. falciparum e impedindo o restabelecimento da sua transmissão”.

Foto: Divulgação / Semsa

Inscrito pela gerente de Vigilância Ambiental da Semsa, Alinne de Paula Rodrigues Antolini, o trabalho da capital amazonense mostra as estratégias de metodologia unificada para vigilância e controle de casos de malária por Plasmodium falciparum, que resultaram na redução drástica de casos, chegando a zero, em 2021. Este tipo de malária, embora menos comum que a causada pelo plasmodium vivax, pode ocasionar formas graves da doença.

Os vencedores do prêmio deste ano foram anunciados durante solenidade realizada, na última sexta-feira, 3/11, em Washington, nos Estados Unidos, onde o Brasil esteve representado pelo Ministério da Saúde.

Além de Manaus, a República Dominicana, Belize, Suriname e o Estado mexicano de Quintana Roo também foram premiados. De acordo com a Opas, os cinco vencedores foram reconhecidos por suas ações sustentáveis para eliminar a malária na região das Américas. A doença é uma das 30 enfermidades inseridas na Iniciativa de Eliminação de Doenças Transmissíveis 2030, da Opas.

Foto: Divulgação / Semsa

Causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos ao ser humano pela picada da fêmea infectada de mosquitos do gênero Anopheles, a doença se caracteriza por febre alta acompanhada de calafrios, suores, dores no corpo, fraqueza e dor de cabeça, e afeta, predominantemente, áreas tropicais, como a África subsaariana e as Américas. No Brasil, a malária se concentra nos Estados amazônicos.

A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, reiterou que o prêmio da Opas reconhece a excelência do trabalho realizado em Manaus, nas zonas Norte, Leste, Oeste e Rural, onde as condições ambientais, em especial a existência de áreas de floresta e água, necessárias à vida e reprodução do mosquito vetor, e a presença de pessoas residindo no entorno, favorecem a transmissão da doença.

Shádia Fraxe destaca que a Prefeitura de Manaus, por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental e Epidemiológica, da Semsa, tem atuado, de modo articulado, junto a todos os distritos, para prevenir, controlar e tratar precocemente os casos de malária, quebrando a cadeia de transmissão e evitando o aumento de adoecimentos.

Foto: Divulgação / Semsa

Protocolo

A metodologia que permitiu os resultados premiados pela Opas foi instituída no município em 2015, como explica Alinne Antolini, e foca a abordagem integral e a resposta rápida e oportuna para a contenção de casos da doença. As ações são orientadas pelo Núcleo de Controle da Malária e executadas pelos distritos de saúde, onde existem 81 laboratórios e 1.094 localidades ativas cadastradas, entre urbanas, rurais (terrestres e fluviais), assentamentos e áreas indígenas.

Os passos a serem seguidos em todos os distritos, contemplam coleta para o exame, diagnóstico, notificação, tratamento e atenção ao paciente, ações de bloqueio de casos com busca ativa, e intensificada, inquérito hemoscópico, controle do mosquito vetor, com investigação entomológica, pesquisa larvária, tratamento de criadouros e aplicação de inseticida intradomiciliar ou espacial.

Alinne ressalta que Manaus reúne condições climáticas e ambientais que favorecem a proliferação do vetor e, além disso, sofre pressão epidemiológica de outros municípios. “A cidade é vulnerável à transmissão da doença, por isso, a vigilância precisa ser contínua”, enfatiza.

Nos últimos dez anos, de 2013 a 2022, de acordo com o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Sivep-Malária), Manaus registrou 65,8 mil casos de malária, sendo 463 de malária por P. falciparum e os demais por P. vivax.

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