

O Superintendente Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Marabá, Eudério Coelho foi acusado de negligência em prol da resolução dos problemas envolvendo os trabalhadores sem terra e até mesmo da defesa de alguns destes que estariam sofrendo ameaças por parte de pistoleiros. A informação foi repassada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Durante uma reunião entre Eudério Coelho e dirigentes nacional e estadual do MST no Pará, na tarde da última segunda (9), trabalhadores sem terra solicitavam a intervenção do Incra contra a ameaça de quarenta pistoleiros que cercam o acampamento Hugo Chavez, na Fazenda Santa Tereza e Cosipar, ambas ocupadas no domingo.
No início da noite, após a reunião, quando avisado por telefone sobre o espancamento de um acampado e um carro incendiado pelos jagunços, o chefe do Incra teria dito: “Não sou polícia para atuar contra pistoleiros”.
“Ficamos estarrecidos com o discurso de Eudério na reunião e depois no telefone. Como assim o Incra não vai intervir nas terras públicas e irregulares no Pará? Estranho, se essa é a tarefa do órgão”, protesta Maria Raimunda, dirigente do MST.
A investida dos fazendeiros e pistoleiros contra as famílias acampadas se deu após a suposta declaração de Eudério Coelho ao jornal Correio Brasiliense, de Brasília, afirmando que as propriedades não teriam nenhuma irregularidade nem degradação ambiental. “Inspecionamos as duas áreas recentemente e verificamos que elas não têm problemas”, disse o superintendente ao periódico brasiliense.
Procurado pela reportagem, Eudério Coelho não atendeu as ligações e não foi encontrado na sede do órgão em Marabá.
(DOL com informações de Michel Garcia/Marabá)