Assumo mais uma vez o risco de escrever e expor meus pensamentos. Ainda mais estando eu a cada dia mais distante dos veículos de comunicação e das editorias esportivas. O pior de tudo é sentir, a cada dia, menos vontade de tentar colaborar. Uma guerra interior travada entre o que amo fazer, que é o jornalismo esportivo, contra o que me impede de fazer, a hipocrisia explícita no “meio”. E ao invés de seguirmos sempre adiante, deixando pra trás tudo oque nos faz sofrer, revejo e me vejo revendo as cenas que um dia me incentivaram a sair.
No ultimo sábado, fui mais uma vez convidado para uma reunião entre jornalistas. Lá fiquei sabendo que a soberba do editor chefe “Evo Morales” está à toda. Depois da publicação tardia do problema que ocorre nas categorias de base de futebol amazonense, assédios dos mais variados e maléficos tipos, o ego do Evo está poderoso. Não se espera nada além disso dessa pessoa. Mas além isso ele comemora a retirada de cena de mais um de seus opositores, o Jornalista André Viana, que demitido da empresa e cansado de ser veladamente sacaneado, decidiu “pegar o beco” e trabalhar em outra freguesia. Ninguém é insubstituível, isso é fato. Mas o bom trabalho que não é feito, é perdido e isso significa prejuízo! Dessa maneira, perde a empresa, perdem as modalidades e perdem os atletas. Perde sobretudo o jornalismo amazonense, mais um de seus labutadores “de respeito ” e de caráter.
Três dias depois da festa, recebi a visita de um antigo colega de trabalho, para assinar alguns documentos. Como está a chefa ? Disse eu. E a resposta, triste resposta: “Pior do que antes !”. Como pensar em voltar ? Como tentar voltar ? Como voltar ? Difícil.
Não que os calouros não dêem conta do recado. As missões serão cumpridas, as reportagens feitas, as matérias elaboradas e veiculadas. O que não será feito é o combate ao que está errado, pois todos que tem pensamento próprio são pacientemente e meticulosamente afastados desse processo. Não há espaço para o pensamento liberto e verdadeiro. Muito menos para os idealistas que, feito André Viana, escrevem por amor e não por interesse nas promoções, cargos e salários e/ou segundas intenções.
André saiu! Ficaram alguns “heróis da resistência” ! No entanto o ponto está sendo marcado pelo time sombrio dos puxa-sacos, dos bajuladores, do injustos, dos solitários traquinos, engraçadinhos mentirosos, dos certinhos hipócritas, dos protegidos… E por falar em proteção, foi esse mesmo André Viana que me impediu de expor todos os absurdos que coletei do caderno de esportes do maior impresso do Amazonas nos últimos seis meses de 2013. Eis o castigo, pois tudo o que o mal precisa é que o bem não se manifeste.
E quer saber de uma coisa? A batalha continua. Eles, os maléficos, nunca vão admitir que não são os donos das “boas ideias”, das “boas pautas”, das boas matérias. Para eles os fins justificam os meios e por isso seguirão transformando os seus ambientes de trabalho em caldeirões do inferno. Darão continuidade à bajulação pra cima e à derrubação pra baixo. E nós, como o samba, esmoreceremos, mas jamais morreremos.
Nesta quinta-feira vi em destaque nos meios sociais o repasse de dois milhões e meio de reais, que deverá ser dividido entre os dez clubes. Ninguém questiona, ninguém combate, ninguém enfrenta. Afinal de contas, o idealismo perdeu espaço. Em crescimento está o interesse pelas assessorias da prefeitura e do governo do estado. E lá, assim como cá, só tem vez quem não acha o errado tão errado, sobretudo os que não tem pensamento reto…
Então um breve ao Luis Rougles, ao Thiago Menezes (+), Roberto Augusto, Marcos S, Ronaldo T, Agnaldo O, Emanuel S, Nelson B, Wellington C, Arnoldo S, Adan G, Bruno J, André V… Somos todos passageiros do mesmo trem. Não fomos os primeiros e, INFELIZMENTE, também, não seremos os últimos.
Grato pela atenção,
Nailson Castro – Jornalista
