“O Brasil não pode parar” – por Carlos Santiago

Carlos Santiago é Sociólogo, analista político e advogado.

A expressão “o Brasil não pode parar” da campanha publicitária exposta nas redes sociais que é atribuída ao Governo Federal não deixa de ser uma verdade e pode contribuir com reflexões sobre os desgovernos dos últimos anos que levaram o Brasil às paralisias econômica, educacional, social e política.


O País não anda, está parado. Assiste-se a estagnação da economia; a educação sem rumo, desprezada e com incertezas; programas sociais foram renegados ou acabaram; a política nacional de cultural não existe, atividades culturais pararam; reformas tributárias, políticas e administrativas não saíram do papel; não existem obras importantes e nem investimentos; agenda governamental anticorrupção ficou estática.

O produto Interno Bruto – PIB de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, foi de 1,1%, menor que o PIB de 2018, que alcançou 1,3%, da gestão do ex-presidente Michel Temer. O desemprego se mantém alto. Somente no primeiro semestre de 2019, no Estado de São Paulo, maior economia estadual no país, foi registrado o fechamento de 2.325 indústrias de transformação e extrativas.

O setor de concentrados do Polo Industrial de Manaus sofreu um duro golpe do governo central. O presidente assinou decreto restabelecendo a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da Zona Franca de Manaus em 8%, por tempo determinado, o que levou a paralisação de investimentos que irá, no futuro, causar fortes impactos na arrecadação estadual e na geração de empregos.

Não avançaram as reformas administrativa e tributária, pois o governo sequer enviou as propostas ao Congresso Nacional. Sem articulação política, sem diálogo com as entidades da sociedade e nem propostas concretas, o governo está inerte.

No Ministério da Educação e Cultura – MEC foram nomeados ministros e membros de direção, mas até o momento não aconteceram realizações de impacto social, tampouco dignas de avaliações. O discurso de anticomunismo e de combate ao método Paulo Freire de ensino foram a tônica, além de agressões verbais e de cortes de verbas das universidades com desvalorização da pesquisa. Faltou o planejamento estratégico e ações para o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação (PNE).

Carlos Santiago é Sociólogo, analista político e advogado.

O MEC estacionou na ideologia bolsonarista e na ineficiência dos comandantes do ministério. Assim como no setor da cultura, com o fim do ministério da área e da falta de um projeto nacional amplo e inclusivo.

Mais de 3,5 milhões de brasileiros e brasileiras de baixa renda aguardam pela inclusão em programas sociais, como o Bolsa Família. Um programa de transferência de renda que obriga a permanência de crianças nas escolas, consultas médicas e vacinação. O travamento desses benefícios acontece em regiões e cidade pobres, como em áreas do Nordeste e do Norte.

O governo federal não formulou nenhuma proposta de reforma política. A promessa do presidente do fim da reeleição ficou pra trás. A velha política estacionou na administração federal com nomeações de compadres e amigos de fardas e também com o pagamento de milionárias emendas parlamentares para que os congressistas votassem na Reforma da Previdência.

Há muito tempo o Brasil está paralisado, mas ele não pode parar. Existem inúmeros desafios e problemas que precisam de soluções. A pandemia do coronavírus faz crescer essa paralisia, aprofundando as desigualdades sociais e os lastros dos péssimos governos, entre eles: o governo Bolsonaro.

*Carlos Santiago é Sociólogo, Analista Político e Advogado.

Artigo anteriorFocos de queimadas diminuem pelo segundo mês consecutivo
Próximo artigoRocam apreende 25 kg de drogas e 29 mil reais no Japiim

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui